Banco do Brasil fará mudanças para ficar mais competitivo no mercado

Após o desligamento de 9,4 mil empregados, além do fechamento de 402 agências, o que resultou numa economia estimada em R$ 3,1 bilhões, o Banco do Brasil (BB) prepara uma nova reestruturação. Mais enxuta que a anterior, a reformulação terá foco no remanejamento de pessoal entre as diversas praças para reforçar o atendimento aos clientes onde há maior demanda.

Também está em estudo a abertura de um novo programa de desligamento incentivado, com o pagamento de até 12 salários extras. A novidade é que o público-alvo irá além dos mais de oito mil empregados que já podem se aposentar. Quem ainda estiver na ativa e quiser deixar de trabalhar na instituição financeira, mesmo sem tempo de contribuição para solicitar um benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), poderá aderir ao plano de demissões. A ideia é similar ao plano de demissão voluntária oferecido pelo governo federal aos servidores públicos.

Além disso, a estratégia da instituição financeira é de reforçar ainda mais os escritórios digitais. Atualmente, 72,1% do total de acessos às contas é feito por dispositivos móveis e por computadores. Mais de 21 milhões de clientes, entre pessoas físicas e empresas, utilizam esses canais. Em março de 2011 eram 11,4 milhões. Portanto, houve um crescimento de 89% em seis anos.

Também está em discussão a instituição de uma comissão para os trabalhadores que vendem produtos e serviços para clientes, nos moldes da remuneração variável paga por bancos privados. As comissões já existentes não seriam alteradas. O leque de medidas em estudo ainda inclui a possibilidade de terceirização de alguns setores do banco, entretanto, não há uma definição sobre o tema e a tendência é de que o assunto não faça parte do programa em debate.

Todas as medidas ainda precisam ser votadas pelo Conselho Diretor do banco, formado pelo presidente e pelos vice-presidentes, além de apreciadas pelo Conselho de Administração e receber o aval da Secretaria de Coordenação e Governança de Empresas Estatais (Sest) do Ministério do Planejamento.

Efeitos

Antes da primeira reestruturação, o BB gastava com a folha de pagamento pelo menos R$ 3 bilhões a mais que os concorrentes diretos. No primeiro semestre de 2016, a instituição desembolsou R$ 9,3 bilhões com a remuneração dos empregados. No mesmo período, os salários dos funcionários, somados aos encargos e benefícios, custaram ao Bradesco R$ 6,5 bilhões, e ao Itaú Unibanco, R$ 5,8 bilhões.

O balanço do terceiro trimestre do BB mostrou que as medidas tomadas no fim do ano passado influenciaram positivamente a rentabilidade da instituição financeira. Nos nove primeiros meses de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado, as despesas com pessoal encolheram 5,7%, passando de R$ 15 bilhões para R$ 14,1 bilhões. Já as despesas administrativas caíram 2,8%, de R$ 24,2 bilhões para R$ 23,5 bilhões. Com isso, o lucro líquido teve expansão de 11,8% e subiu de R$ 7 bilhões para R$ 7,9 bilhões.

Mais escritórios digitais

A reestruturação iniciada pelo Banco do Brasil no fim do ano passado tem por objetivo aumentar a rentabilidade da instituição financeira. A primeira mudança feita pela gestão de Paulo Rogério Caffarelli foi nas diretorias. Das 27 existentes, duas foram extintas: a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), cujas atribuições ficaram concentradas na Diretoria de Governança de Entidades Ligadas.

Perderam os cargos 10 diretores e outros cinco mudaram de área. A Diretoria de Estratégia da Marca foi dividida em Estratégia e Organização e Marketing e Comunicação. Mesmo com a extinção da Dimob, o banco manteve os financiamentos de imóveis por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

O BB transformou 379 agências em postos de atendimento. Desse total, 176 ficam em municípios pequenos, onde o BB é a única instituição financeira. Além disso, 402 unidades foram desativadas em cidades grandes e médias. Essas medidas implicaram economia de R$ 450 milhões anuais, com o enxugamento da estrutura e a redução do gasto com pessoal. Outros R$ 300 milhões foram poupados com transporte de valores, segurança, aluguéis e taxas.

Vinte e oito superintendências regionais de varejo e três de governo deixaram de existir no organograma. Tiveram as atividades encerradas dois centros de serviço e sete gerências regionais de controle interno.

O plano de aposentadoria incentivada (PAI) teve adesão de 9,4 mil empregados. Quem optou pelo desligamento do banco recebeu 12 salários extras mais um bônus de um a três salários, a depender do tempo de casa.
A reestruturação também revisou o Plano de Funções de 2013, buscando ampliar em até 8 mil o número de funcionários com jornada de seis horas. Os funcionários optaram, de forma voluntária, a qualquer tempo, pela redução do período de trabalho. O público-alvo da reestruturação eram assessores de unidades estratégicas, além de assessores de superintendências e órgãos regionais de gestão de pessoas.

Com informações

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