Banco não tem motivos para retirar direitos dos trabalhadores
O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 24,879 bilhões, com crescimento de 12,3%, em relação a 2016 e de 0,4% no 4º trimestre, na comparação com os três meses anteriores. A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado –ROE) ficou em 21,8%, com aumento de 1,5 pontos percentuais em doze meses.
“Os trabalhadores contribuem para que o lucro do banco não pare de crescer. Não existe motivo para que o Itaú queira retirar direitos dos trabalhadores, ou forçá-los aceitar novas regras que lhes prejudiquem. Os bancários do Itaú se esforçam para que o banco obtenha bons resultados e precisam ser reconhecidos por isso”, destaca Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, também destacou a responsabilidade social do banco. “O Itaú é um dos entusiastas, quem sabe até patrocinador, da reforma trabalhista. Um dos argumentos utilizados para a aprovação da reforma foi o de que haveria criação de novos postos de trabalho. O banco deveria cumprir seu papel social e promover uma grande contratação de funcionários”, cobrou. Com o anúncio do balanço, a Contraf-CUT já solicitou ao banco a antecipação do pagamento aos trabalhadores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), assim como o Bradesco já anunciou que fará.
O coordenador da COE do Itaú também observa que, o banco consegue pagar todos os custos que tem com os trabalhadores e ainda sobra 60,2% das receitas obtidas por meio da prestação de serviços e com as tarifas bancárias, sem contar outras receitas com as demais operações realizadas. Somente com prestação de serviços e tarifas o banco arrecadou R$ 35,8 bilhões em 2017, um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, as despesas com pessoal cresceram apenas 4,3%, no mesmo período.
“As tarifas cobradas dos clientes são muito altas, anda mais se observarmos que muitas vezes os serviços são realizados por eles próprios. O banco deveria contratar mais funcionários para que seus clientes recebessem atenção humanizada”, disse Jair.
Em 2017 o Itaú fechou 133 agências físicas e abriu 25 agências digitais, ou seja, fechou, em média, 5 agências físicas para cada agência digital aberta.
Veja abaixo uma tabela com o resumo dos dados do balanço do Itaú, ou clique aqui para ler a íntegra da análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).