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Resistência em Pelotas: Bancários aderem à luta nacional contra a Reforma da Previdência
A segunda-feira (19) foi marcada por protestos contra a reforma da Previdência, em todo o país. Na cidade de Pelotas, não foi diferente. Os representantes sindicais reuniram-se, às 8h30, em frente ao INSS e dialogaram com a população sobre os retrocessos da política implementada pelo governo Temer, desde que assumiu a presidência da República, explicando o que está por trás da tentativa de aprovação da Reforma. Perto do meio dia, os manifestantes seguiram em marcha até a Justiça do Trabalho. À tarde, houve nova concentração. Dessa vez, no chafariz do Calçadão, onde um novo diálogo foi estabelecido com a população pelotense.
Ainda ontem, o presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB-CE), determinou a suspensão da tramitação de todas as propostas de emenda à Constituição (PEC). A determinação fica mantida enquanto vigorar o decreto de intervenção federal, na segurança pública do Rio de Janeiro. A previsão é que a intervenção prossiga até dezembro deste ano. Com a suspensão decretada, no Congresso, mais de 190 propostas em andamento na Casa serão atingidas. Etre elas está a reforma da Previdência, que só pode ser feita por meio de uma PEC.
O vereador Marcus Cunha (PDT) explica que o governo falta com a verdade ao propagandear um suposto déficit da Previdência. Ele diz que basta uma simples consulta ao site da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) para desmascarar o governo. “Esse déficit não existe. É uma chantagem, um terrorismo, que o governo faz. Além de mentir, em rede nacional, que o projeto que está sendo apresentado é muito bom, que retira privilégios”, destaca o vereador.
O parlamentar se refere à emenda aglutinativa, que será votada no Congresso. Segundo Cunha, é possível perceber que a ideia é retirar dos trabalhadores mais pobres, sobretudo, os que realizam trabalhos braçais, sem mexer com os que estão no topo da pirâmide social. “No caso dos trabalhadores rurais, a proposta prevê um aumento de 15 para 25 anos na carência. Já no caso das mulheres, o aumento é de 55 para 58 anos. Além da previsão de uma cobrança mensal aos segurados especiais, o que, na prática, acaba com esse benefício”, exemplifica.
Caso a proposta seja retomada – e aprovada – o impacto sobre a economia de Pelotas será muito grave. “A nossa cidade recebe em torno de R$ 92 milhões, por mês, do INSS, a título de pagamento de aposentadoria, pensão, auxílio doença, que é muito mais do que R$ 1 milhão e 700 mil oriundos do Fundo de Participação dos Municípios”, alerta Cunha. O exemplo do parlamentar demonstra que a cidade de Pelotas, como um todo, irá perder renda. Fator que ganha contornos ainda mais graves se levado em conta a desvalorização do salário mínimo e o congelamento de 20 anos nos investimentos nas áreas da saúde e educação.