Em São Paulo, sindicato dos bancários paralisa agência do Itaú contra assédio moral e homofobia
Conduta assediadora e antissindical de gestora da unidade localizada na região de São Miguel Paulista levou a demissão arbitrária de duas bancárias; entidade reivindica que trabalhadoras sejam reintegradas e gestora reorientada
“Use roupas mais femininas”. “Passe maquiagem”. “Coloque um salto alto”. “Se você não mudar esse jeito, não vai vender”. Frases como essas eram cotidianamente ditas por uma gestora a uma bancária de uma agência do Itaú localizada na região de São Miguel Paulista, em São Paulo. A conduta assediadora, denunciada ao Sindicato, ao invés de prejudicar quem a praticou, levou à demissão da vítima. Para protestar contra os abusos cometidos na unidade, o Sindicato paralisou as atividades do local durante toda a terça-feira 12.
Ao exigir que a bancária adotasse um ´estilo` mais feminino, a gestora não apenas adotou uma conduta que configura assédio moral, mas também incorreu em homofobia. Depois de massacrar a bancária com as cobranças quanto ao seu visual, a gestora, que não queria a trabalhadora no quadro de funcionários da sua agência, conseguiu a transferência para outra unidade. Porém, antes fez uma avaliação ruim da trabalhadora, o que a levou a ser demitida um mês após ser transferida. Uma prática comum no Itaú, utilizada de forma que a demissão não seja relacionada com uma possível perseguição por parte de determinado gestor.
Demitida com atestado
Outra denúncia que chegou ao Sindicato dos Bancários de São Paulo envolve a mesma gestora. Mesmo com uma cirurgia no punho marcada para dali quinze dias, uma bancária da unidade foi demitida no momento em que foi entregar o seu atestado médico.
Com uma lesão no punho, possivelmente ocasionada por esforço repetitivo em suas atividades laborais, a bancária procurou ajuda médica, marcou o procedimento cirúrgico, mas soube da sua demissão no momento em que foi entregar o atestado médico para a gestora. Uma crueldade e um desrespeito sem tamanho.
O sindicato lembra, ainda, que a unidade possui histórico de práticas antissindicais. Lá existe um problema recorrente de falta de água, mas os gestores pressionam os trabalhadores para que não acionem o Sindicato. O mesmo em relação aos problemas com o ar-condicionado. Para eles, bancário nenhum pode falar com o Sindicato. Uma postura antissindical e mais uma vez assediadora, que coloca em risco a saúde dos trabalhadores.
Com informações do SPBancários
Foto: Seeb-SP
Imagem da JusBrasil