As mais de duas faces da mesma moeda privatista para o governo do estado
A continuidade do projeto privatista, em nosso estado, não passa apenas pela possibilidade de reeleição do atual governo. Os candidatos do PSDB e Novo apresentam discursos igualmente preocupantes para os banrisulenses, já que assumem ter a intenção de seguir pelo mesmo caminho do MDB. Alguns destes candidatos já falam, abertamente, que a privatização de empresas gaúchas, como a CEEE e o Banrisul, é uma questão de “prioridade”.
A crise financeira do Rio Grande do Sul tem sido utilizada como justificativa para a venda de um dos maiores patrimônios dos gaúchos. A preocupação dos trabalhadores do banco só não é maior do que a do conjunto da população riograndense. Hoje, os gaúchos contam com a segurança de ter um serviço bancário que, por ser altamente rentável, alcançando lucro recorde no último ano, possibilita o atendimento de setores da economia que os bancos privados não têm interesse, como no caso de correntistas de baixa renda.
Como a Constituição gaúcha exige plebiscito para que se possa viabilizar a privatização do banco, o principal meio de convencimento dos eleitores têm sido o uso de empresas de comunicação que sempre prestaram apoio às candidaturas dos partidos privatistas, como é o caso da RBS, uma das principais beneficiárias do patrocínio estatal em seus veículos de mídia. No ano passado, ao propalar a crise do estado, o governo Sartori se utilizou do horário mais caro do mercado publicitário para, contraditoriamente, tentar justificar que “não haveria mais dinheiro”, inclusive, para pagar os servidores públicos, mesmo autorizando um gasto de R$ 3,5 milhões em campanha publicitária junto ao grupo de mídia da família Sirotsky.
Agindo de acordo com a mesma linha política adotada por Temer, à nível nacional, os candidatos que pregam o Estado mínimo, no Rio Grade do Sul, estão pegando carona na aprovação, por parte da Assembleia Legislativa gaúcha, à adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal, idealizado pelo governo federal. A medida, como já está sendo percebido, anula a redução da dívida, realizada no governo anterior, e aumenta esse montante, transferindo para a população de baixa renda e os funcionários do banco o ônus da crise.
Imprensa Seeb Pelotas