Fenae repudia retomada da narrativa para fatiar ou privatizar a Caixa

 A Caixa Econômica Federal é o banco da habitação e atua como a principal operadora da linha de crédito para mutuários do programa moradia popular, na faixa 1 do Minha Casa Minha Vida. Graças aos investimentos feitos na área, milhões de cidadãos brasileiros ainda conseguem realizar o sonho da casa própria a cada ano. Hoje a instituição responde por 70% dos financiamentos imobiliários do país, mas esse número tende a uma acelerada redução no próximo período, conforme noticia a Fenae.

Isso porque o presidente desse banco estatal, Pedro Guimarães, conforme noticiado pelo blog do jornalista Lauro Jardim, veiculado no site do jornal O Globo em 26 de janeiro, anunciou o propósito de vender 20% da carteira de crédito imobiliário de R$ 440 bilhões para instituições financeiras nacionais e estrangeiras, ficando a participação de investidores internacionais nesse processo dependente de autorização do Banco Central.

A medida mira no processo de destruição gradual do caráter 100% público da Caixa Econômica Federal, ao mesmo tempo que ataca os direitos dos empregados. De um modo geral e até 2016, a Caixa tinha sua concessão de crédito distribuída com certo equilíbrio entre os diversos e abrangentes setores da sociedade. Agora a tendência é de inversão desse quadro, com o banco diminuindo o saldo de operações na área imobiliária para a população de baixa renda, direcionando o que sobrar para fomentar o lucro dos bancos privados.

 

É provável que a estratégia a ser adotada passe pela desqualificação de parte das operações desenvolvidas pelo único banco 100% público da América Latina, o que, na prática, significará promover a privatização de áreas e setores com vistas a reduzir a dimensão ou o tamanho da Caixa no âmbito do setor financeiro nacional, abrindo ainda mais espaço para a acumulação do capital privado.

 

Com informações da Redação Spbancarios

Foto: Fenae

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