Bebianno: “Perdi a confiança no Jair. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil”
A demissão de Gustavo Bebianno do governo promete deixar sequelas. O ex-ministro não responsabiliza inteiramente o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, por ter caído em desgraça, mesmo sendo chamado de mentiroso publicamente.
A um interlocutor, disse: “O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador”, de acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, de O Globo.
Na tarde de sexta-feira, quando a situação ainda não estava definida, Bebianno já mostrava sua decepção. Ao mesmo interlocutor, desabafou: “Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil”.
Pivô
Gustavo Bebianno é o pivô de uma das crises mais sérias enfrentadas pelo governo de Jair Bolsonaro. O próprio presidente responsabilizou o agora ex-ministro pelo caso dos laranjas.
A situação tomou proporções depois que a imprensa publicou que o PSL, comandado à época por Bebianno, destinou verbas milionárias do Fundo Partidário para candidatas com votações insignificantes a deputado federal, os famosos laranjas.
O problema se agravou depois que o filho de Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, desmentiu o então secretário-geral da Presidência, ex-comandante do PSL e coordenador da campanha de Jair Bolsonaro.
Bebianno havia afirmado que falou por três vezes com o presidente para explicar o caso, quando Bolsonaro ainda estava internado no Hospital Albert Einstein. Contudo, foi desmentido publicamente por Carlos.
“Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: ‘É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista”, tuitou o filho de Bolsonaro.
Com isso, Bebianno foi perdendo força no governo, embora um grupo de ministros tenha feito pressão por sua manutenção no cargo. Resultado: sua demissão deve ser oficializada nesta segunda-feira (18).
Fonte: Revista Fórum
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil