Os depósitos fracionados apontam para uma semelhança envolvendo o caso de Frabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e que está sendo alvo de uma investigação pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A movimentação atípica também se junta às denúncias sobre o esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas e Pernambuco e que levou à saída de Gustavo Bebianno da Secretária-geral da Presidência.
movimentação atípica se junta às denúncias sobre o esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas e Pernambuco e que levou à saída de Gustavo Bebianno da Secretária-geral da Presidência
Segundo reportagem do jornal GaúchaZH, os depósitos foram efetuados na boca do caixa em apenas três dias, entre as datas 30 e 31 de outubro e 1 de novembro, logo após o final dos dois turnos do pleito eleitoral. Em 60 depósitos, Carmen utilizou o próprio CPF para realizar as operações. Nas 16 operações restantes, um homem que teria prestado serviços à campanha da então candidata teria sido o responsável pelos depósitos. As retiradas foram feitas em três parcelas, uma para cada dia de operação.
De acordo com a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as contas de campanha de Carmen Flores ainda não foram julgadas. Ainda segundo o tribunal, a prioridade foi analisar as contas dos candidatos eleitos nas últimas eleições. O prazo para análise das contas de campanha dos candidatos que não foram eleitos expira em 31 de dezembro de 2019. Ao todo, ela arrecadou R$ 335,6 mil, sendo R$ 200 mil com recursos oriundos do fundo partidário. Ela foi a segunda maior doadora da própria campanha, com R$ 59,6 mil.
Carmen, que obteve 1,5 milhão de votos, deixou o PSL no final do ano passado após uma série de desavenças internas e deverá se filiar ao DEM. Embora as razões de sua saída não tenham vindo à público, ela disse ao jornal Folha de S. Paulo que estava saindo do partido “justamente por causa das coisas que estão fazendo”.
Fonte: Brasil 247