Bolsonaros copiam a Reforma de Temer, mas, em época de eleição, diziam-se contrários
Quando deputado, atual presidente chamava reforma de Temer de “porcaria”. Seu filho dizia que a Previdência era superavitária e cobrava os grandes devedores
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Em vídeo de março de 2017, ao lado de Flavio Bolsonaro, e quando era ainda deputado, Jair reclamava que a proposta de Temer era uma “porcaria”. E frisava: “65 (anos para idade mínima), não vai aprovar. Ainda vão dar munição para o PT. Você, Temer, Sua Excelência, Temer, não vai aprovar a reforma da Previdência e ainda vai dar munição para o PT crescer em 2018”, dizia o atual presidente.
No mesmo vídeo, ele vai além: “Tome vergonha na cara, assuma a pipoca desse governo”, disparava Jair, contra Temer.
Na mesma época, em outro vídeo gravado durante evento no Piauí, o deputado Bolsonaro afirmava que “aprovar uma reforma com 65 anos é, no mínimo, falta de humanidade”.
Antes contra, Bolsonaro apresentou ao Congresso na semana passada projeto de reforma da Previdência que impõe os mesmos 65 anos de idade mínima de aposentadoria para homens – e 62 para mulheres – que menos de dois anos atrás ele chamava de “desumanidade”.
Em recente pronunciamento na TV, o atual presidente agora diz que a sua reforma, que ele chama de “nova Previdência”, “exigirá um pouco mais de cada um de nós”.
Tal filho
Agora engajado na defesa das mudanças nas aposentadorias propostas pelo pai, em 2017 o deputado Eduardo também atacava a reforma proposta por Temer “Primeiro é necessário que nós cobremos dos grandes devedores. Eu não vi esforço do governo para cobrar… Enquanto isso não for feito, não haverá moral para que o Congresso analise essa proposta”, afirmou, em vídeo que pode ser assistido abaixo.
O deputado é categórico ao afirmar, diferentemente de hoje em dia, que a Previdência é “superavitária”. “Ela não dá prejuízo, o problema é que tudo aquilo que é arrecadado para a previdência acaba sendo desvirtuado para ser investido em outras áreas… É um problema, basicamente, de gestão”, afirma Eduardo.
O discurso mudou e bastante. Agora, segundo Eduardo, a reforma proposta pelo seu pai, a quem chama de “JB”, visa a evitar o “caos”, e, sem ela, “o Brasil quebra”.
Emparedado por eleitores que apontaram a contradição no discurso, o deputado afirmou, no Twitter, que “a pior situação seria o gov. fazer nada, assim chegaria um dia que aposentados, pensionistas e pobres/miseráveis beneficiários da previdência receberiam um calote”.
Rede Brasil Atual, com Redação Spbancarios
Foto: Reprodução/Youtube