Reunião com presidente da Caixa termina com avanços
- Caixa
- 27 de março de 2019
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Enquanto as entidades sindicais se reuniam com a presidência do banco, muitos empregados trabalhavam vestidos de preto no Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública.
Um dos assuntos tratados foi com relação à privatização do banco. “O presidente da Caixa disse que a decisão de abrir o capital é do governo e que ele apenas está executando. Assim, o banco vai repassar para a iniciativa privada as áreas de maior rentabilidade, como a de cartões, a de seguros e a de loterias”, alertou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Deixamos claro que defendemos a Caixa 100% pública. Seja a venda ou abertura de capital, ambas são prejudiciais, pois o foco passa a ser o lucro e não o papel social”, completou.
A contratação de mais empregados também esteve em pauta, a começar pelos aprovados no concurso público de 2014. “A sobrecarga de trabalho é cada vez maior e isso gera estafa e o adoecimento dos trabalhadores, causando ainda mais problemas no quadro de empregados e, consequentemente, no atendimento aos clientes”, afirmou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis.
O presidente do banco afirmou que tem autorização do governo para contratar, sendo a única empresa pública a conseguir essa autorização. A ordem é para manter os 87 mil empregados, que hoje está em 84 mil. Informou também que haverá Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) e que serão mantidos os critérios anteriores. “Cobramos que não haja pressão pela aceitação da proposta, para que seja realmente voluntário”, completou Dionísio.
A Contraf-CUT é assistente de acusação na Ação Civil Pública, movida pelo Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal, que determina a prorrogação por tempo indefinido da validade do concurso, permitindo que o banco contrate os aprovados. Em fevereiro, o banco já havia dito que tem a intenção de repor a força de trabalho da empresa com novas contratações, respeitando o concurso público. Na reunião de hoje, o presidente da Caixa se comprometeu em levar o assunto para ser tratado na mesa de negociação permanente.
Ainda na questão de pessoal, a Contraf-CUT cobrou que haja critérios claros e objetivos para as promoções e descomissionamento de empregados. “O banco não costuma obedecer esse entendimento, principalmente quando realiza descomissionamento em massa”, alertou o coordenador da CEE/Caixa.
Outras demandas
Após questionamentos dos representantes dos trabalhadores, o banco informou que deve divulgar o balanço de 2018 na próxima sexta-feira (29) e o pagamento da PLR será efetuado, como determina a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, até o dia 31 de março.
“Cobramos a valorização da mesa de negociações permanente. Sem isso, não há respeito aos empregados que passam a ser apenas espectadores da gestão, que muda sua vida sem poder intervir e muitas vezes causando desinformação e pânico entre os empregados”, disse Dionísio, lembrando diversos episódios polêmicos.
Nos termos da cláusula 48, parágrafo segundo, no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018/202, a Caixa se comprometeu a discutir quaisquer “impactos na vida funcional dos empregados, decorrentes da implantação de novos processos de trabalho pela empresa”.
O banco se comprometeu a cumprir o acordo e tratar destes assuntos na mesa de negociações antes de os mesmos serem divulgados para a imprensa.
Fechamento de agências
A Contraf-CUT ressaltou a importância da Caixa para o desenvolvimento do país e sua atuação estratégica no sentido de garantir o acesso aos serviços bancários nos mais diversos municípios brasileiros, onde, muitas vezes, a agência da caixa é o único banco da localidade.
Pedro Guimarães anunciou que deve ocorrer fechamento de agências e abertura de outras, além de 7.000 novas lotéricas. Mas, que este assunto também será tratado antecipadamente na mesa de negociações com os empregados, onde serão passadas informações sobre as localidades de fechamento e abertura de agências.
Fonte: Contraf-CUT