Crédito pessoal, para pagamento de dívidas, alavanca lucro do Bradesco, que cresce 22% e vai a R$ 6,2 bi
Diante do crescente desemprego e do endividamento das famílias, procura por linha de crédito pessoal, que tem juros mais elevados, avançou 23,4% nos últimos 12 meses no segundo maior banco privado do país
A recessão econômica e o desemprego crescente, com o aumento do endividamento das famílias, alavancou os lucros do Bradesco que cresceu 22% no primeiro trimestre de 2019 – em comparação com os primeiros três meses de 2018 – e chegou a R$ 6,2 bilhões. As informações são de Tássia Kastner, na edição desta quinta-feira (25) da Folha de S.Paulo.
De acordo com os dados divulgados pelo Bradesco, segundo maior banco privado do País, o aumento na procura por crédito pessoal – usado geralmente para pagamento de dívidas – foi a linha que mais avançou nos últimos 12 meses, com crescimento de 23,4%, seguido por consignado e financiamento imobiliário.
Enquanto os dois últimos têm taxas de juros mais baixas e garantias, o crédito pessoal costuma gerar ganhos maiores aos bancos porque tem juros mais elevados.
Sem descontar efeitos extraordinários sobre o resultado, o lucro contábil avançou expressivos 30%, o mesmo ritmo de crescimento registrado no ano passado. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o lucro subiu 7%.
Inadimplência e recuperação judicial
A inadimplência acima de 90 dias caiu em todos os segmentos, seguindo uma tendência dos últimos dois anos. Os bancos apertaram as concessões de crédito à medida em que a crise econômica se agravava e mais brasileiros perdiam o emprego, o que ajuda a diminuir calotes.
As despesas com provisão para cobrir eventuais calotes (PDD bruta) saltaram 36,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2018 e 40% ante o quarto trimestre.