Banco do Brasil lucra mais de R$ 18 bi, alta de 41,2%

Mesmo com grande lucro e rentabilidade, o governo está vendendo partes do banco e promovendo uma reestruturação prejudicial

O Banco do Brasil obteve lucro líquido contábil de R$ 18,16 bilhões em 2019, segundo análise do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no relatório de balanço apresentado pelo banco. O montante representa um crescimento de 41,2% na comparação com 2018.

Se considerarmos apenas os dados do 4º trimestre, o lucro líquido foi de R$ 5,69 bilhões, alta de 33,8% na comparação com o trimestre anterior e de 49,7% ante os últimos 3 meses de 2018.

“Segredo” do resultado

O resultado foi impulsionado pelo aumento da margem financeira bruta e pelas receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias, que cresceram 6,5% em um ano, alcançando R$ 29,2 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, cresceram 13,6% no mesmo período, totalizando a R$ 25,6 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 114,06% em dezembro de 2019.

O banco também tem promovido constantes “reestruturações”, com demissões de pessoal, descomissionamento, redução das remunerações e alteração do plano de carreira entre outros. Para a funcionária do BB e diretora do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, Sidmara Sarzi de Almeida, as reestruturações do banco achatam salários e desestabilizam a instituição. “A intenção é transformar o banco numa empresa mais enxuta que se torne mais atrativa aos compradores. Mas, o Banco do Brasil é uma empresa que só dá lucros, não é uma instituição deficitária que precise ser vendida”, contou.

Ao final de 2019, o banco contava com 93.190 funcionários, uma redução de 3.699 postos de trabalho no ano. Essa redução do quadro se deve ao Programa de Adequação de Quadros (PAQ), anunciado ao final de julho de 2019, e que, de acordo com o relatório do banco, resultou no desligamento de 2.367 funcionários, gerando uma despesa de R$ 250 milhões. No período, também em função do PAQ, foram fechadas 366 agências e aberto 1 posto de atendimento bancário.

Acionistas lucram alto

O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL), que mede como o banco remunera seus acionistas, cresceu para 18,8% em 2019, alta 3,7 pontos percentuais na comparação com 2018.

O Conselho de Administração do banco aprovou para o exercício de 2020 a manutenção do intervalo de 30% a 40% do lucro líquido a ser distribuído (payout), via dividendos e/ou juros sobre o capital próprio (JCP) aos acionistas.

Carteira de crédito cai 2,6%

O Banco do Brasil fechou o ano com uma carteira de crédito de R$ 680,7 bilhões, queda de 2,6% na comparação com 2018. Segundo o banco, “a redução pode ser explicada principalmente pela dinâmica da carteira atacado, onde tem se observado uma migração para mercado de capitais”.

Confira abaixo a tabela com os valores completos do levantamento do BB.

Com informações Contraf CUT

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