Sindicatos conquistam canal de atendimento às mulheres vítimas de violência
Detalhes do acordo serão definidos nos próximos dias; dados preliminares do Censo da Diversidade Bancária mostram que desigualdade permanece
Após ser cobrada pelo Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) aceitou, em mesa de negociação na última quarta-feira 19, criar canais de atendimento às mulheres vítimas de violência, que tinham sido propostos em março de 2019.
A situação da violência contra a mulher no Brasil é um tema que deve ser tratado com a devida importância. As mulheres vítimas da violência sofrem as consequências do abuso em todos os aspectos da vida, inclusive no profissional. Na categoria bancária, não é diferente. As bancárias que sofrem com a violência, seja ela qual for, têm seu desempenho prejudicado, registram queda de produtividade e absenteísmo, fatores que podem resultar, inclusive, em uma demissão.
Portanto, a criação de um canal específico para atender as mulheres nesta situação visa ajudar as bancárias a romperem com o ciclo de violência que sofrem, evitando que elas sofram ainda mais consequências do abuso no ambiente profissional.
Os detalhes da proposta ainda estão em aberto. Os bancos devem construir um texto da proposta e enviar para o Comando Nacional dos Bancários até a semana que vem. O Comando analisará a proposta e, se houver concordância, será assinado um acordo neste sentido ainda no mês de março, com data indicativa para o dia 11.
Censo da Diversidade
Na mesa desta quarta, a Fenaban também apresentou para o Comando Nacional dos Bancários dados preliminares do 3º Censo da Diversidade Bancária.
Os Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que a diferença da remuneração nos bancos entre homens e mulheres em 1994 era de 21,1%. Em 2018, mantinha-se o mesmo patamar, tendo aumentado para 21,7%.
Os dados definitivos do Censo da Diversidade Bancária devem ser apresentados até o final de março, quando o Comando e a Fenaban voltarão a tratar do assunto e poderão analisá-los com maior precisão para debater propostas de como avançar na promoção da equidade na categoria.
Com informações Contraf CUT