O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, da área externa do Palácio do Planalto, em Brasília, a manifestação de apoiadores de seu governo, que está sendo realizada neste domingo (15) na capital federal e em outras cidades do país.

Bolsonaro estimula e participa de atos e amplia risco de coronavírus no país

Presidente ignora isolamento, participa de manifestação em Brasília e expõe apoiadores e toda a população à expansão da pandemia

Depois de ter recuado publicamente da convocação de atos públicos contra o Congresso Nacional e o Superior Tribunal Federal (STF), e em apoio ao seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contrariou a si mesmo e, no último domingo (15), resolveu participar pessoalmente das manifestações em Brasília (DF).

O presidente deixou o isolamento recomendado por sua equipe médica e foi ao encontro de seus apoiadores, em frente ao Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro será submetido a mais testes do Covid-19.

Vestindo camisa da Seleção e sem máscara, o presidente tocou e apertou a mão de simpatizantes, além de pegar vários celulares para fazer selfies. O Palácio do Planalto disse apenas que Bolsonaro estava cumprindo “agenda pessoal”.

O Brasil começou esta semana com 200 casos confirmados da doença. Já existem casos suspeitos todos os estados, que, até o momento, totalizam 1.913 suspeitas em todo o país.

Os atos do #15M

Pela manhã, o ocupante do Planalto já havia “cancelado o cancelamento” das manifestações pró-governo. Durante o dia, em seu perfil no Twitter, Bolsonaro estimulou as manifestações e compartilhou imagens dos atos que ocorreram em diversas capitais do país.

No principal protesto agendado para o dia, a capital de São Paulo recebeu público, de muitos idosos e em parte com máscaras, gritando contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente do STF, Dias Toffoli e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O ato ocorreu na Avenida Paulista, em frente à sede da Fiesp.

Em um carro de som, líderes do movimento chamaram o coronavírus de “mentira” e que a pandemia – já declarada pela OMS – foi usada por adversários de Bolsonaro, como Dória, para tentar cancelar as manifestações.

Risco real e imediato

Em todo o mundo, governos recomendam que as pessoas evitem aglomerações para não aumentar os casos de contaminação pelo coronavírus. Na contramão, Bolsonaro afirmou que o coronavírus é uma “fantasia propagada pela mídia“.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, previu uma progressão do surto da doença para esta semana, o que pode ser ampliado pela insistência nas manifestações deste domingo, incentivadas pelo presidente. “Nenhuma das pessoas do mundo tem imunidade prévia contra esse vírus. Na semana que vem, a gente já trabalha com o conceito de transmissão sustentada e já começa com pequenos surtos, pequenos inícios de redemoinho”, alertou Mandetta.

Imagem: José Cruz/Agência Brasil – Fotos públicas

Com informações CUT Brasil

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