Café com Conteúdo aborda aspectos amplos da saúde física e mental para os bancários
Sindicatos cobram medidas contra a Covid-19
A garantia de que os bancos não vão implementar as medidas provisórias 927 e 936, sem negociação com os sindicatos, foi uma das cobranças feita pelo Comando Nacional dos Bancários à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), em reunião por meio de videoconferência, ontem, terça-feira (28/04).
Depois de uma avaliação sobre as medidas tomadas desde a instalação do comitê de crise para evitar a propagação do coronavírus no sistema financeiro, há exatos 52 dias, os representantes dos trabalhadores reforçaram a importância de todas as agências do país, sem exceção, terem os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como forma de proteger bancários e clientes. Segundo informações das empresas, 90% das unidades já contam com os equipamentos.
Sobre as MPs 927 e 936, a Fenaban alega se tratar de mecanismos de gestão e, portanto, são tratadas individualmente por cada banco. Mas, sugeriu elaborar um acordo ou convenção com temas como teletrabalho, banco de horas e férias compulsórias para orientar as negociações entre empresas e sindicatos. O Comando destacou que o afastamento é ocasionado em decorrência da pandemia, sendo assim, o trabalhador não pode ser penalizado.
Filas
As filas formadas diariamente nas agências também foram pauta. Segundo a Fenaban, o problema acontece em 10% a 15% das unidades do país, a imensa maioria da Caixa, por conta do pagamento do auxílio emergencial. Destaca ainda que boa parte das pessoas que estão nas filas não precisaria estar lá, mas que é um desafio evitar as aglomerações, porque mais de 20% dos brasileiros não têm conta bancária para receber o benefício e o número de pessoas atendidas pela renda básica emergencial é extremamente elevado.
Uma as soluções em estudo seria a abertura de contas digitais, sem a necessidade da presença do cliente. Os representantes dos bancos também sinalizaram que precisam agendar uma reunião com o Comando Nacional dos Bancários para planejar o retorno ao trabalho. Embora ainda não tenham uma data definida, alegam que precisam se preparar diante dos decretos municipais e estaduais de algumas localidades que pretendem reabrir o comércio em maio.
Os trabalhadores reiteraram que o momento é de salvar vidas e o retorno ao trabalho deve acontecer quando a curva de contágio reduzir.
Trabalho fim de semana
O trabalho no fim de semana e feriado foi outro assunto colocado na mesa. A sobrecarga de trabalho aumentou consideravelmente por conta da crise da Covid-19. Os empregados da Caixa são quem mais sentem. As unidades vivem superlotadas por conta do pagamento do auxílio emergencial. Portanto, os sábados, domingos e feriados devem ser para descanso do bancário, que tem sido submetido a um nível de estresse elevadíssimo e desumano.
Compensação de horas
O Comando Nacional solicitou à Fenaban que os bancos adotem um prazo para compensação das horas negativas, evitando assim o desconto nos salários. Também quer um abono de parte das horas. No atual cenário de crise, qualquer redução na remuneração faz falta. Sem falar que o bancário não pode ser responsabilizado pela pandemia.
Ultratividade
Assunto colocado em debate durante todas as negociações desde o início da crise causada pelo coronavírus, a ultratividade da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) foi novamente discutida. O Comando Nacional dos Bancários quer a extensão do acordo, para que uma nova CCT seja negociada depois da pandemia.
Importante ressaltar que a convenção coletiva da categoria tem validade até 31 de agosto deste ano. Mas, com o atual cenário, é impossível construir uma pauta de reivindicações para debater com os bancos até setembro. Como em outras ocasiões, a Fenaban disse que ainda não tem uma posição a respeito do assunto, porém vai analisar a situação.
Teste para a Covid-19
Sobre o fornecimento de testes para a Covid-19, os bancos alegam que a Associação Brasileira de Patologia Clínica informa que têm baixa confiabilidade. Também argumentam dificuldade na obtenção, já que os fornecedores não estão dando conta da demanda mundial. O assunto ficou de ser estudado.
As empresas também estão implantando a telemedicina. O objetivo seria evitar a ida de pessoas, com sintomas leves, às clínicas, oferecendo atendimento remoto. Quanto às vacinas, muitos bancários, principalmente nas cidades do interior, estão com dificuldade para conseguir tomar. Segundo a Fenaban, o problema acontece por questão de logística e importação do material, mas as empresas estão tomando providências para que as vacinas cheguem em todo território brasileiro.
Com informações do Sindicato dos Bancários da Bahia e Contraf-CUT