Bolsonaro se recusa a apresentar plano de vacinação e contraria Tribunal de Contas

O governo de Jair Bolsonaro resiste à determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e não entregou o planejamento detalhado da vacinação contra a covid-19. Diante do avanço das vacinas, o órgão determinou a apresentação do plano em agosto, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu e indica a inexistência do projeto.

De acordo com o Valor Econômico, especialistas e técnicos do governo já não acreditam que o país deverá estar preparado para agir quando os primeiros lotes da vacina estiverem disponíveis. Com a resistência de Bolsonaro, não há um plano para distribuição para estados e municípios, muito menos a informação se haverá agulhas e seringas suficientes para atender a população.

A decisão de agosto do TCU, assinada pelo ministro Vital do Rêgo, impôs o prazo de 15 dias para o governo Bolsonaro detalhar as ações de produção e de compra dos imunizantes, além do esquema planejado para viabilizar a vacinação da população. Para a eventualidade de tais planos ainda não existirem, o TCU permitiu que a Casa Civil e o Ministério da Saúde elaborassem o plano em parceria com as secretarias estaduais de Saúde e enviassem tudo em até 60 dias.

Em sua peça, a AGU informou que o atendimento da determinação poderia ter implicações prejudiciais para o governo. É a segunda vez que a AGU posterga o compartilhamento de informações com o TCU. Em junho deste ano, o órgão tentou impedir que o governo divulgasse as atas das reuniões do Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da covid-19.

O Ministério Público junto ao TCU solicitou a abertura de uma investigação, e a comissão do Congresso que acompanha as ações do governo no enfrentamento da pandemia tenta adiantar uma audiência pública com o ministro da Saúde. Auxiliares de Pazuello devem ser ouvidos nesta quarta-feira (25).

Vacina russa avança

A Rússia anunciou, nesta terça-feira (24), que a Sputnik V, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, teve eficácia “acima de 95%” 21 dias após a segunda dose da vacina e 42 dias após a primeira dose. Os dados preliminares ainda não foram publicados em revista científica.

A vacina está em fase três dos testes, a última antes da comercialização. Ao todo, a análise considera dados de 18.794 pessoas vacinadas. Dessas, 14.095 receberam a vacina, em ambas as doses. As outras 4.699 receberam uma substância inativa, ou seja, o placebo.

De acordo com os dados preliminares, nenhum evento adverso inesperado havia sido identificado. Alguns dos vacinados apresentaram eventos adversos menores de curto prazo, como dor no ponto de injeção e sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre, fraqueza, fadiga e dor de cabeça.

Fonte: Rede Brasil Atual

Foto: Marcos Corrêa/PR

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