Bancários de Pelotas e Região mobilizados contra a reestruturação do BB
Nesta sexta-feira (29), à exemplo do que ocorre por todo o país, os bancários de Pelotas e Região estão mobilizados contra o desmonte do Banco do Brasil (BB) e a política de demissões que está sendo imposta pela instituição. A movimentação, em Pelotas, se deu, principalmente, nas agências da Lobo da Costa, Avenida Bento Gonçalves e Fragata. Na base, bancários como os das agências de Canguçu e Capão do Leão também aderiram ao Dia Nacional de Paralisação.
A diretora do Sindicato, Marlise Souza, que é, também, funcionária do Banco, explica a importância dos seus colegas e dos clientes, compreenderem o que representa, na prática, o tão propalado “plano de reestruturação”, que foi anunciado no último dia 11 de janeiro. “Na verdade, esse plano não está reestruturando nada. Está sucateando o Banco e o preparando para uma privatização”.
Ao conversar com funcionários do BB, e a população, de modo geral, os diretores do Sindicato puderam alertar que, hoje, existem dois planos de desligamento em curso, com a intenção de demitir 5 mil funcionários que estão na ativa. A previsão é que 360 agências fechem e outras 100 virem Postos de Atendimento (PA).
“Não podemos dizer que, em Pelotas, Rio Grande, ou, em outras cidades da Região, nenhuma agência será fechada, porque tudo é ainda muito obscuro e não foram determinados quais lugares vão perder a presença do Banco do Brasil”, ressalta Marlise, ao demonstrar preocupação com o futuro do instituição.
Os diretores do Sindicato têm chamado à atenção para o fato de que o BB é um banco de fomento, com programas de crédito e proteção destinados à agricultura familiar e investimentos para médios produtores rurais, em atividades pecuárias. “É um banco que tem projetos como o PRONAMPE, que foi lançado em 2020, e é um apoio às empresas que passam por dificuldades em meio ao contexto da pandemia”, exemplifica Marlise. A diretora alerta, com isso, que a cidade que perder o Banco do Brasil, fisicamente, vai encontrar enormes dificuldades em conseguir as mesmas linhas de crédito por intermédio de outros bancos; sem contar o atendimento à população, que fica cada vez mais precário.
Extinção da função de caixa
De acordo com o Plano do BB, as agências também não contarão mais com o caixa presencial. Este funcionário, hoje, fica disponível para atender aquela pessoa que não consegue usar o aplicativo e que não tem por hábito utilizar o caixa eletrônico, seja por não lidar bem com a tecnologia ou se sentir mais seguro em realizar transações, como pagamento de boletos e saques, diretamente com um bancário.
Com o fim da função de caixa, muitos funcionários terão uma redução de, aproximadamente, 40%, em seus salários. Além disso, com o fechamento de agências e a transformação de algumas delas em Postos de Atendimento, diversos funcionários irão perder a vaga na cidade onde, atualmente, estão trabalhando.
A expectativa é que, em fevereiro, chegue a informação de quais postos de trabalho serão fechados, fazendo com que, a partir de então, muitos bancários tenham apenas duas opções: aceitar ser redirecionado para qualquer localidade, que o Banco definir, ou se desligar da instituição. “O funcionário do BB que passar por esta situação terá de ir para outra cidade ganhando menos do que ganha, hoje, ainda por cima, já que não tem a possibilidade de concorrer a outros cargos dentro do Banco”, alerta Marlise.
Confira o vídeo de Marlise Souza, diretora do Sindicato, que fala sobre a reestruturação do BB:
Confira algumas imagens:
Fotos e Redação: Eduardo Menezes / Seeb Pelotas