Grupo de Pesquisa da UFPel analisa dados da Covid-19 no município
O Grupo de Pesquisa em Dispersão de Poluentes e Engenharia Nuclear da UFPel (Gdispen) alerta que a pandemia na cidade está em um momento crítico. Desde o início da infecção pelo novo coronavírus, o grupo debruça-se sobre os dados, para, a partir de modelagem matemática, prever os rumos da doença. Para tanto, são usados os dados divulgados pela Prefeitura.
O resumo do grupo pode ser lido na íntegra a seguir:
Os pesquisadores do GDISPEN apresentam um resumo da situação atual da pandemia de COVID-19 na cidade de Pelotas/RS, usando como base os dados divulgados diariamente pela Prefeitura Municipal nas suas redes sociais e no site oficial.
A cidade de Pelotas registrou o primeiro caso de COVID-19 no dia 25/03/2020 e o primeiro óbito no dia 20/06/2020. Em 10/01/2021 a cidade ultrapassou os 300 óbitos (https://wp.ufpel.edu.br/fentransporte/2021/01/11/pelotas-supera-a-marca-de-300-obitos-por-covid-19/). Aproximadamente 58 dias após atingir a marca anterior, os 400 óbitos foram ultrapassados. Na mesma data, o número acumulado de casos confirmados chegou a 24.476 casos da doença (um aumento de 4.415 casos no período de 1 mês). Na média, de 08/02 a 09/03, a cidade registrou 148 casos/dia e 1,8 óbitos/dia.
A incidência atual é de 7.148 casos e a mortalidade é de 117 óbitos por 100.000 habitantes, com uma taxa de letalidade aparente de 1,64%. Além disso, em 09/03, Pelotas possuía 21.812 pessoas recuperadas (89%) e 2.263 casos ativos (9%).
Em 10/03/2020 tínhamos o 1º caso de COVID sendo confirmado no Rio Grande do Sul. Passado 1 ano, o Estado como um todo tem assistido o aumento na ocupação dos leitos de UTI e enfermaria nas últimas semanas, chegando em 09/03, a uma taxa de ocupação de leitos de UTI de 105,7% (https://ti.saude.rs.gov.br/covid19/). Em Pelotas o mesmo cenário tem se repetido, e mesmo com sucessivos aumentos de leitos, bem como medidas tomadas pelos governantes, vivemos um dos piores momentos da pandemia. Cabe salientar que mesmo no último final de semana, em que a cidade esteve em lockdown, o isolamento social ficou abaixo dos 60%. Além disso, a taxa de transmissibilidade segue alta, estando em Rt = 1,22 em 08/03. É importante lembrar que, em média, demoram 14 dias para sentirmos o efeito de qualquer medida restritiva.
Na figura a seguir tem-se a evolução da epidemia na cidade, em formato de infográfico.
No infográfico:
- Ocupação dos leitos de UTI e enfermaria por COVID-19;
- Curvas de casos acumulados, recuperados ativos e óbitos;
- Casos e óbitos por semana epidemiológica;
- Percentual de isolamento social (média de 38% nos últimos 30 dias), uma redução de 7,6%.
Abaixo segue o gráfico da projeção de casos até o dia 31/03 para a cidade de Pelotas. Se a taxa de crescimento seguir como está, se nada for feito, estima-se que até o dia 31/03, Pelotas tenha aproximadamente 28.000 infectados por COVID-19.
Fonte: UFPel