Rita Serrano explica a importância da Caixa e dos serviços públicos durante a Pandemia

“Imagina passar por essa Pandemia sem a existência do Sistema Único de Saúde”. Foi com essa reflexão que a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (CNDEP), Rita Serrano, convidou os ouvintes da RádioCom, a pensar sobre a importância de se defender os serviços públicos, na manhã desta última quinta-feira (27), quando concedeu entrevista ao Programa Contraponto.

“Com todas as dificuldades, com o teto dos gatos, que foi colocado pelo governo, as empresas públicas vêm resistindo bravamente”, chamou a atenção Rita, ao evidenciar o trabalho dos servidores públicos da saúde, da educação e das instituições bancárias para amenizar os impactos da crise sanitária que atinge todo o país.

Ao explicar as estratégias do Governo Federal para a privatização dos bancos, que segue uma mesma lógica no estado do Rio Grande do Sul, por intermédio das políticas implementadas pelo governador Eduardo Leite (PSDB), Rita afirmou que têm várias formas de se privatizar uma empresa. “SE agente lembrar lá da década de 1990, nos governos do Fernando Henrique Cardoso, as empresas iam para leilão. No último período se adotou uma manobra criativa. Isto é, criar subsidiárias das estatais e privatizar as subsidiárias, acabando com a empresa mãe”, alertou.

Esse processo, segundo a dirigente sindical, se dá em função de que existe resistência por parte da sociedade ao processo de privatização, conforme apontam as pesquisas de opinião, que apontam em torno de 70% de rejeição sobre a venda de estatais em todo o país. “A população sabe muito bem que, sem as empresas públicas, a situação estaria muito pior. Haja vista que esse processo de privatização, que está em andamento, já encareceu drasticamente o custo do gás, da gasolina e de outros bens e serviços”, aponta Rita.

Segundo dados do próprio Governo Federal, em 2016, o Brasil tinha 154 estatais, com 106 subsidiárias destas estatais. Em 2017, esse número caiu para 146 estatais e 98 subsidiárias. Já em 2019, no Governo Bolsonaro, o número de estatais aumentou para 200, com um salto na criação de subsidiárias, que chegaram a 154. “O governo usou recurso público, criando subsidiárias, inclusive na Caixa, e, em seguida, começou a privatizar”, explica a coordenadora do CNDEP.

“Para entender bem esse processo, podemos dar o exemplo da Caixa. Em 2015, o banco criou a Caixa Seguridade. Em 2016, a Caixa tinha três subsidiárias. Hoje, já são 12, em diferentes áreas, como cartões, seguros, loterias, fundos de investimento e deve criar um banco digital. Tudo com investimento público. Mas, em seguida, já abriu o capital, e vendeu 15% das ações. Depois que se faz a abertura de capital, é possível vender tudo. Este é o movimento que o governo está fazendo, porque essa estratégia permite que as empresas públicas sejam vendidas, aos pedaços, sem passar pelo crivo do Congresso e, consequentemente, da sociedade brasileira. Isso porque, desde o ano passado, o STF passou a autorizar que as subsidiárias podem ser privatizadas sem essa exigência, mas as empresas mãe, não”, esclarece Rita.

Confira a entrevista na íntegra:

Redação e imagem: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e RádioCom

Edição de Vídeo: Juliano Lima / RádioCom e Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região

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