Sindicato convoca Assembleia para deliberação sobre a obra que está sendo realizada em sua sede
Presidente da Funcef se compromete em buscar solução para incorporação do REB ao Novo Plano
Depois de ser negligenciada, por anos, pela Fundação dos Economiários Federais (Funcef), o presidente da Fundação, Gilson Santana, informou que vai buscar uma solução, junto à Caixa, para finalmente incorporar o REB ao Novo Plano. A afirmação foi feita na última quinta-feira (1), durante uma reunião solicitada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
“A solução da incorporação do REB ao Novo Plano é uma das medidas que estabeleci para minha gestão na Funcef, seja para realizar a incorporação ou para definir que este não é mais um projeto da Funcef. O que não dá é para ficar no limbo, como está hoje”, disse Gilson Santana.
O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, recebeu com ânimo a informação. “Ficamos satisfeitos de ouvir essa intenção da Funcef. Esse problema vem desde a criação do REB, que nos posicionamos contrário à sua implementação, e está parado há quase 10 anos. É urgente solucionar esse problema que traz prejuízos e é uma enorme injustiça com os participantes do plano”, disse.
A diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, foi conselheira eleita da Funcef de 2006 a 2012 e acompanhou a discussão desde o início. Ela conta que a incorporação a avançou a partir de 2009, mas desde 2014 o processo está parado, mesmo depois de a direção da Funcef ter apresentado a metodologia de incorporação, inclusive com um cronograma do processo. A metodologia já estava consensuada nas instâncias da Caixa, da Funcef e nos órgãos reguladores, mas foi abandonada pela Funcef e desde então não houve qualquer ação para retomar o assunto.
“A gente fica muito satisfeito de saber que a Funcef quer dar uma solução para viabilizar a incorporação. Não é justo manter participantes em um plano com características tão rebaixadas, enquanto temos outro plano em condições mais favoráveis”, disse. “Muitos participantes do REB já estão em condições de se aposentar e não conseguem fazer o desligamento porque o saldo na conta para reverter em benefício de renda vitalícia é ínfimo, se comparado com o salário atual”, ressaltou Fabiana.
Há mais de uma década a Fenae busca solucionar o problema dos quase 12 mil participantes do REB. As desvantagens para este grupo são muitas, em comparação com o Novo Plano. Enquanto neste plano de benefício a contribuição é de 5% a 12%, no REB a contribuição é de somente 2% a 7%, diminuindo a possibilidade de acumular uma reserva maior para a aposentadoria.
Além disso, a base de cálculo de remuneração do REB não inclui CTVA (Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado), ao contrário do Novo Plano. Há outro problema para os participantes do REB – Caso queiram fazer o resgate – o que não é a melhor opção, na opinião da diretora, os participantes terão prejuízos, pois não podem resgatar 100% do saldo. O Novo Plano também é superior em relação à taxa de administração dos aposentados e pensionistas, benefício por invalidez e pensão por morte e também o Fundo de Revisão de Benefício, que não está previsto no regulamento do REB.
Segundo opinou o presidente da Funcef, um dos problemas que travou a discussão sobre a incorporação na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) se refere às contribuições retroativas. Fabiana Matheus argumentou que esta discussão deve acontecer entre os participantes, suas representações e a Caixa, mas não impede o avanço da incorporação na Funcef.
CNPC 30 – Sergio Takemoto também solicitou ao presidente da Funcef um posicionamento sobre a possibilidade de aplicar a resolução 30 do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). A medida revê a métrica de equacionamento e pode diminuir as parcelas das contribuições extraordinárias. Gilson Santana disse que a Funcef está atualizando as contas após o balanço de 2020 para retomar a discussão com a patrocinadora.
A diretora da Fenae questionou sobre o prazo para a aplicação da resolução, já que desde 2018 a Funcef manifesta que está estudando o tema. Gilson Santana espera finalizar as contas até este mês de julho.
O presidente da Funcef alegou que a aplicação da metodologia escolhida pela Funcef para equacionar os déficits pelo valor mínimo é uma das dificuldades para implementar a medida. Esta opção foi criticada pela Fenae à época das discussões do equacionamento, em 2015. A Resolução 22 do CNPC estabelece que a linha de solvência determina o valor mínimo a ser equacionado, deixando a cargo do fundo de pensão o plano de equacionamento. Em vez de equacionar todo o déficit, a Funcef optou por deixar de equacionar o valor abaixo dessa linha de solvência. “Isso alimenta o déficit e só empurra o problema. É como pagar a fatura do cartão de crédito pelo mínimo – a sensação é de menor impacto nas contas, mas pode apresentar uma conta sem fim a ser paga”, reforçou Fabiana.
Fonte: Fenae