Encontro Estadual do Banco do Brasil define propostas para fortalecer a Saúde e a Previdência dos funcionários

Os bancários e as bancárias do Banco do Brasil no Rio Grande do Sul definiram, na manhã do último sábado, 24 de julho, uma série de propostas para ser levadas ao Congresso Nacional dos Empregados do BB que tratam de Saúde e Previdência, reformas e reforço de campanhas de comunicação.

O Encontro Estadual dos(as) Empregados(as) do Banco do Brasil ocorreu pelo Zoom e contou com a participação da Conselheira Representante dos Funcionários no Conselho de Administração do BB (Caref), Débora Fonseca; e do diretor de Administração da PREVI, Marcio de Souza. A diretora da Fetrafi-RS e funcionária do BB, Cristiana Garbinatto; e a representante da Federação na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e diretora do SindBancários Porto Alegre, Bianca Garbelini, coordenaram o evento.

Conselho de Administração

Débora Fonseca apresentou um panorama geral do Conselho de Administração do Banco do Brasil, que é formado por oito conselheiros, sendo ela a única representante dos funcionários. Os demais são o presidente do Banco, dois indicados dos acionistas minoritários e quatro indicados da União.

O Conselho de Administração dá a linha da direção, dos riscos, políticas de crédito, gestão de pessoas (Cassi, Previ, benefícios) do Banco. A Caref é impedida por lei federal de participar das discussões referentes ao funcionalismo. Contudo, Débora explicou que já conseguiu reverter propostas que teriam impactos negativos para a sociedade a partir do seu posicionamento na mesa.

A Caref apresentou uma visão otimista, mas ao mesmo tempo, realista da situação do BB. Ela frisou que o atual presidente do Banco, Fausto de Andrade Ribeiro já afirmou e reafirmou que não pretende vender ativos da empresa e que há o reforço das áreas de créditos agrícolas e do Pronampe dentro do BB, bem como o incentivo a participação das mulheres em cargos de liderança, questão cobrada pelo movimento sindical.

Entretanto, para Débora, a situação ainda não é a ideal. “A gente sabe que o Banco teria capacidade de emprestar muito mais e dar suporte a mais empresas, impulsionar a Economia, o que fica mais relevante em um cenário de pandemia”, pontuou.

Além disso, a ameaça de privatização do Banco ainda não foi dissolvida. É preciso ter atenção e manter a mobilização, de acordo com a Caref. “A discussão de privatização só pode ser freada quando chega no Congresso. Por isso, é importante o posicionamento da sociedade contra a venda do Banco”, ressalta. Débora também destacou que o número de vagas anunciadas no novo concurso do BB está aquém do número necessário.

Cassi e Previ

Para o diretor da Previ, Márcio de Souza, o Banco do Brasil está descolado da sociedade e essa é uma questão importante a ser trabalhada pelo movimento sindical. “Estamos em um dos momentos históricos de maior ameaça ao Banco. Precisamos fazer a disputa para (as eleições de) 2022 para derrotar as pessoas que colocam os interesses do mercado acima de tudo”, apontou.

A Cassi, segundo Souza, passa por precarização constante do plano dos associados, cortes de credenciados, aumento abusivo da coparticipação. “Ficam enaltecendo superávit em cima de corte de atendimento”, afirmou.

De acordo com o diretor da Previ, o fundo de pensão tem conseguido manter o equilíbrio do Plano 1 e tem apresentado crescimento do superávit, apesar das tentativas do governo de favorecer o Capital, através da CGPAR 23 e do Grupo IMK, que trabalha dentro do Congresso Nacional uma proposta de abertura de mercado.

“O Previ Futuro está em busca de novos caminhos e batido metas atuariais em todos os perfis. Temos uma agenda grande de discussões com o Banco, permanentemente debatida e cobrada pelos eleitos à diretoria”, completou.

Conscientização e mobilização

Para Cristiana Garbinatto, embora a situação pareça um pouco mais positiva com a atual direção do Banco, os empregados não devem se iludir, pois essa pode ser uma estratégia para parecer que está tudo bem. “Precisamos ouvir o que os colegas têm a dizer (sobre o dia a dia do Banco)”, frisou.

Cristiana citou exemplos de questões às quais é preciso dar atenção: a PEC 32, da Reforma Administrativa, que pode retirar a estabilidade do funcionalismo público e, consequentemente dos funcionários de empresas públicas; a necessidade de equilíbrio da Cassi, o descomissionamento e mudança da remuneração fixa para variável, o que baixa o valor das funções dentro do Banco.

Para a também diretora da Fetrafi-RS e funcionária do BB Priscila Aguirres é difícil atingir um nível de consciência política entre os colegas para a mobilização em favor do fortalecimento do Banco público. “Precisamos qualificar nosso discurso, as pessoas não podem ficar de fora da discussão”, afirmou.

Bia Garbelini destacou que os desafios que se apresentam no BB são enormes. “Não podemos relaxar em nenhum minuto. Percebemos a quantidade de ataques que vem do Legislativo”, afirmou.

A dirigente sindical enfatizou a vitória do movimento na aprovação na Câmara Federal do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 956/2018, de autoria da deputada Erica Kokay (PT-DF), que acaba com os efeitos da CGPAR 23. “Tivemos uma grande vitória na CGPAR 23, que mostrou a importância da nossa organização nacional forte, de termos diálogo com os deputados”, pontuou.

Bia também esclareceu algumas perguntas dos participantes e afirmou que o Banco do Brasil se comprometeu com a Comissão de Empresa em disponibilizar o plano Cassi Associados para os novos funcionários a partir do concurso. Segundo Bia, “a longo prazo, o plano Cassi Essencial fica muito mais caro que o plano Cassi Associados. Ele é regulado pelo mercado, tem seus reajustes baseados em faixa-etária, tem menos cobertura e precariza a saúde do funcionário do BB.”

Veja as propostas do Encontro Estadual dos(as) Empregados(as) do Banco do Brasil que serão encaminhadas para as instâncias regional e estadual:

Propostas para levar a Nacional

– Encontro Nacional de Saúde e Previdência;
– Campanha contra a reforma tributária nos moldes propostos pelo governo. (Acho que fica mais adequado) Exemplo: a retirada do subsídio dos vales alimentação e refeição, pontuando o impacto para os bares e restaurantes, retirada da isenção dos fundos de pensão, retirada da declaração simplificada etc.

Propostas para a Regional

– Criação de grupo de estudos sobre Cassi, Previ e Construção do Plano de Cargos e Salários no RS;
– Distribuição dos Gibis da CUT;
– Criação de plataforma de comprometimento dos candidatos com pautas dos trabalhadores tipo o projeto do Banrisul, mas para todo o Brasil;
– Reforço de Comunicação da Frente Nacional em Defesa das Empresas Públicas, organização de campanha nacional de conscientização e organização de estratégia de defesa;
– Campanha contra o assédio moral e combate unificado (principalmente com o uso de Whatsapp pessoal);
-Moção de repúdio à Administração da Cassi em virtude da manutenção da coparticipação ampliada e da redução da Limaca.

Fonte: Portal Bancários RS

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