Regional Sul promove Caminhada no Cassino para bancários de Pelotas, Rio Grande e Camaquã
O fim da URSS enterrará o capitalismo
Com o início da transição econômica do Feudalismo para a Industrialização e a óbvia migração da população do campo para as cidades, começaram a surgir teorias econômicas que davam sustentação ideológica a essa enorme transformação social.
Adam Smith, em sua obra A Riqueza da Nação, foi o maior teórico a dar embasamento a esse movimento, criando a base da Doutrina Liberal, dizendo que a iniciativa privada (o Deus Mercado ) teria melhores condições de gerir a economia, em substituição aos Estados Nacionais.
Ao mesmo tempo começava a surgir a Doutrina Socialista, voltada à defesa do Trabalhador contra os abusos do empresariado e, também, à defesa de um Estado forte, para que este pudesse buscar a igualdade social, em meio a uma feroz Luta de Classes (capital x trabalho ).
Enquanto o Liberalismo se espraiava pela Europa, dois países que ainda eram mais rurais que urbanos – URSS, em 1917, e China, em 1949 -, implantaram o Socialismo. Com a II Guerra Mundial e a crise que abateu os países Europeus após o encerramento da Guerra, a Doutrina Socialista se mostrou como uma alternativa de retomada para as populações miseráveis que submergiram na falência dos Estados Nacionais mais afetados.
Para combater a possibilidade de aproximação dos povos vítimas da Guerra, a maioria dos países Europeus (principalmente os nórdicos e a Inglaterra) implantou o modelo Social Democrata (não, os tucanos não se incluem aqui), com a criação do Welfare State (Estado de bem-estar social ); teoria político-econômica baseada nos estudos de John Bainard Keynes (keynesianismo).
Após a II Guerra, com o advento da “Guerra Fria “ (notadamente a partir das décadas de 1960-70) e a corrida armamentista, a URSS foi obrigada a destinar enormes recursos para se fazer páreo aos EUA. Por essa mesma época surgiu uma nova Doutrina, que viria para “aperfeiçoar” e radicalizar o Liberalismo; o Neoliberalismo. Essa nova Doutrina, ideologizada nos EUA, mais precisamente em Chicago, teve, como guru a formar discípulos, Milton Friedman; esse movimento ficou conhecido como Escola de Chicago e seus seguidores como Chicago Boys – entre eles Paulo Guedes.
O neoliberalismo precisava se testar em algum lugar, para que depois se tornasse “viável”. O Estado escolhido para esse teste foi o Chile, o que levou Tio Sam a apoiar um golpe de Estado, usando Pinochet como intermediário; já que a Doutrina Socialista, sob Allende, fazia uma revolução social tendo o Povo como Sujeito da transformação em direção à igualdade social tão desejada. O Chicago Boy escolhido para capitanear esse teste foi… Paulo Guedes.
Tendo o neoliberalismo se mostrado “viável”, as duas maiores economias do planeta (EUA, com Reagan, e Inglaterra com Tatcher) começaram a implantar em seus países a Doutrina da Escola de Chicago.
A pressão econômica oriunda da corrida armamentista finalmente alcançou seu maior objetivo, ou seja, a debacle do Regime Soviético e o posterior desmoronamento da URSS. Mas a partir desse momento surgiu um novo inimigo a ser liquidado pelo neoliberalismo: os estados de Bem-Estar Social disseminados pela Europa e/ou em vias de implantação nos países Sul Americanos.
Nesse marco temporal, a economia norte-americana já se fazia a mais forte do mundo; e era preciso implantar/impor as políticas Neoliberais aos demais países. Para isso, o Tio Sam não se fez de rogado ao forçar essa Doutrina, mesmo que tivesse que ser apoiando ou causando guerras, golpes ou bloqueios econômicos (como no casso de Cuba). Alguns países resistiram se fechando (Cuba ) ou escolhendo o Bem-Estar Social como meta (Brasil a partir de 2003).
Aqui chegamos ao caso brasileiro, onde o “Grande Irmão do Norte” escolheu a modalidade do GOLPE HÍBRIDO (2016) para solapar uma economia em ascensão, para chegar ao Neoliberalismo. Sob Temer (golpista) e Bolsonaro (eleito pelo afastamento criminoso de seu principal adversário na eleição de 2018), as instituições subservientes brasileiras se renderam a esse sistema excludente, que tende a pôr fim ao regime capitalista que eles pensavam fortalecer (e eis que, novamente, o expoente dessa implantação do neoliberalismo é, novamente, Paulo Guedes).
E porque digo que “pensavam fortalecer”? Porque as seguintes medidas neoliberais criarão tal desigualdade social que as populações, mais cedo ou mais tarde, se revoltarão e, finalmente, partirão para a revolução que causará o fim da História Capitalista e a definitiva implantação do Socialismo.
As principais medidas neoliberais que levarão os povos à revolução, são:
- Teto de gastos (menos investimento social);
- Reforma trabalhista (diminuição da renda do trabalhador);
- Privatizações (menos acesso a políticas públicas);
- Reforma da previdência (exército de idosos miseráveis, como no Chile);
- Desmonte do ensino público (menor ascensão social);
- Exército de reserva de desempregados;
- Enfraquecimento dos Sindicatos;
- Ataques ao funcionalismo público (desmonte institucional);
- Darwinismo social (falsa meritocracia);
- Opção pelo capital financeiro especulativo em detrimento do capital industrial produtivo.
Todas essas medidas afetarão a renda do trabalhador, o que acarretará a queda na capacidade de consumo da sociedade, levando a enormes quedas de produção, o que fará com que tenhamos muitos capitalistas (tacanhos) produtivos de bolsos vazios. Portanto, se o homem é o lobo do homem, O NEOLIBERALISMO É O LOBO DO CAPITALISMO.
Por MAURO CRESPO NUNES – Diretor do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região.