Vereadoras da bancada negra de Porto Alegre são ameaçadas de morte
As vereadoras Karen Santos (PSOL) e Daiana Santos (PCdoB), da bancada negra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, foram ameaçadas de morte em um email enviado, na tarde desta segunda-feira (6) aos cinco integrantes da bancada. O email é supostamente assinado por um homem branco que moraria no Rio de Janeiro. Ele diz que vai “comprar uma pistola 9 mm no Morro do Engenho e uma passagem só de ida para Porto Alegre”, onde mataria, na própria Câmara Municipal, as duas vereadoras e quem mais estivesse com elas.
Na manhã desta terça-feira (7), Karen Santos, Daiana Santos, a vereadora Laura Sito (PT) e o vereador Matheus Gomes (PSOL) estiveram na delegacia de crimes cibernéticos de Porto Alegre para denunciar as ameaças de morte recebidas. As vereadoras afirmaram que não irão silenciar “frente a crimes de ódio que tentam cercear nossa atividade política”. “Queremos providências das instituições na identificação e punição desses autores”, acrescentaram.
O vereador Matheus Gomes assinalou que as ameaças de morte e ataques racistas com uso das expressões “aberrações”, “símios” e “macacas fedorentas” são nomenclaturas semelhantes às utilizadas no fórum extremista Dogolachan. “Esse mesmo fórum já tinha ameaçado companheiras de luta como Talí ria Petrone, Manuela D’Ávila, Duda Salabert e Carol Dartora e muitas outras. Não irão nos intimidar e nem impedir nosso exercício parlamentar. À Polícia Civil pedimos celeridade na investigação e punição aos responsáveis! Ao movimento social negro e popular, aumentemos o nosso alerta e cuidados, é hora de auto-organização e auto-defesa contra o fascismo!”, disse o parlamentar em sua conta no Twitter.
Para a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB), o racismo estrutural impede a agilidade da segurança diante dessas ameaças. “A Câmara de Vereadores deveria ser altiva na manutenção de nossa segurança, mas não é porque relativiza o racismo, e o tanto violento que ele é. Mas a mensagem que fica é: qual a responsabilidade de cada um, e cada uma de nós, negros e não negros?”. A luta antirracista, acrescentou a parlamentar, “precisa ter uma agenda, mas acima de tudo precisa de um pacto social, de defesa da vida dos parlamentares negros e negras, mas também do combate ao racismo na sociedade”.
Fonte: Sul 21