Movimento sindical cobra do Banrisul mais atenção à saúde dos funcionários
Nesta terça-feira, 28 de junho, o movimento sindical cobrou na mesa da Comissão de Saúde do Banrisul mais atenção à saúde física e mental dos seus funcionários. Entre outros assuntos, foram discutidos o Programa Orienta e os cuidados com a Covid-19.
As chamadas “atas da humilhação”, realizadas por alguns gestores, foi um dos pontos mais debatidos. “Nós precisamos tirar dessa reunião o fim da ata da humilhação”, cobrou a diretora da Fetrafi-RS Raquel Gil. “Nós recebemos queixas dos colegas em relação à pressão sofrida pelos gestores”, afirmou com relação ao processo administrativo gerado pelo Orienta.
A psicóloga Aline Sparrenberger, que coordena o Programa, afirmou que os gestores têm autonomia para fazer advertências verbais e atas, mas que nem sempre isso vai adiante. “O relato deve ser enviado para nós por e-mail para que se dê o ‘start’ no Programa. A gente sabe que as atas ficam em poder da agência, mas se não são encaminhadas pra nós, não entram no dossiê funcional.”
O Programa existe desde 2015 e, segundo Aline, ainda é pouco acessado, “seja por resistência das partes ou fantasias que se criaram ao longo da história do Banco”. O índice de encerramento dos casos sem sucesso este ano chegou a 30%, ou seja, a cada 10 processos, sete são resolvidos e outros três geram consequências aos funcionários. “O índice de insucesso é alto. E não é justo para o colega que ele se coloque em uma reunião sozinho com dois gestores, isso é um momento de constrangimento”, ressaltou Raquel.
A diretora da Fetrafi-RS solicitou ao Banco que abra espaço para que o funcionário em avaliação tenha também um par acompanhando o processo e que o indicado seja um diretor sindical. “Acreditamos que o colega sentirá mais segurança e com maior possibilidade de melhora, atingindo o intuito do processo Orienta. Além disso, há processos envolvendo gestores que o Banco considera como resolvidos e os funcionários seguem insatisfeitos e trabalhando no mesmo ambiente de pressão de antes das denúncias”, pontuou.
Segundo a representante do Banrisul, na avaliação da situação sobre a qual o funcionário responde, os gestores estar “alinhados no resultado, consoantes” e que eles são “treinados para isso, para em conjunto terem uma fala sobre a evolução da pessoa, preservando a idoneidade do processo.”
A diretora do SindBancários Porto Alegre Ana Guimaraens sugeriu que a terceira pessoa a participar da primeira abordagem do Programa fosse alguém de fora da agência onde o funcionário trabalha, como, por exemplo, da Superintendência Regional (Sureg). “Além disso, o RH do Banco deve orientar os gestores a não fazerem dossiês paralelos, pois nesses casos a pessoa é humilhada, são criados fatos sobre ela”, frisou.
Reforço dos cuidados quanto à Covid
Sobre os cuidados com relação à Covid-19, em função na nova onda de contaminações nas agências bancárias, o movimento sindical reivindicou o reforço dos protocolos. “Nossa reivindicação é bem expressa: quem tiver sintomas não vá trabalhar, faça o teste e só volte depois de negativado. Se o teste der positivo, o Banco deve acompanhar os sintomas dos colegas próximos (à pessoa infectada)”, propôs a diretora da Fetrafi-RS Denise Falkenberg Corrêa.
Raquel Gil reforçou o pedido de distribuição das máscaras de proteção já adquiridas pelo Banrisul para seus funcionários e a reavaliação da possibilidade de manter em home office as pessoas do grupo de risco para a Covid-19.
O representante do Banco, Humberto Schwertner afirmou que será emitida uma nova Instrução Administrativa reforçando os protocolos, como a utilização do álcool em gel e a sugestão do uso de máscaras, além da distribuição das mesmas.
Por último, o movimento sindical solicitou a reativação do Gabinete de Crise, instalado no primeiro ano da pandemia, para dar celeridade ao atendimento dos casos com suspeitas de Covid. Denise Corrêa continuará a frente do gabinete de crise, como esteve até o momento da desativação deste.
Fonte: Fetrafi-RS