Fetrafi-RS atualiza sindicatos sobre andamento da Campanha Salarial
A Fetrafi-RS reuniu quase 230 representações sindicais da sua base pelo Zoom nesta quarta-feira, 18 de agosto, para informes e mobilização sobre a Campanha Nacional dos Bancários. O diretor de Comunicação da Federação, Juberlei Bacelo, que acompanha as negociações pelo Comando Nacional dos Bancários, falou sobre as dificuldades da mesa com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Segundo Bacelo, as negociações praticamente não avançaram. Os bancos se recusam a aceitar as reivindicações relacionadas ao aumento salarial real, a relação entre metas abusivas e adoecimento mental e um acordo de teletrabalho completo, com controle de jornada, banco de horas e outros avanços.
“A Fenaban chegou a convidar técnicos da empresa Mercer (consultoria contratada pelos bancos) para dizer que o alto índice de adoecimento mental da categoria não tem nada a ver com o a pressão por metas, mas eles não ouviram os trabalhadores e nem incluíram na pesquisa os métodos utilizados pelos gestores para cobrar as metas”, contou o diretor da Fetrafi-RS.
Sobre as cláusulas econômicas, Bacelo explicou que os bancos queriam aguardar os índices inflacionário e do INPC para tomar alguma posição e ainda não apresentaram contraproposta para o movimento sindical, que pede correção do salário pelo INPC + 5%. Mas não há sinalização positiva até o momento. “Não vamos aceitar acordo que não recompõe nosso poder aquisitivo, sem aumento real. A gente tem insistido e vai continuar insistindo nisso”, destacou.
Bancos públicos
Na sequência, os(as) representantes dos(as) trabalhadores(as) de cada banco público informaram como estão as negociações para renovação dos Acordos Coletivos de Trabalho específicos.
No Banrisul, segundo Luciano Fetzner, as negociações tiveram como complicador algumas condicionantes apresentadas pelo banco, como a realização de concurso público condicionado à realização de PDV e de um plano de carreira sem discussão com o movimento sindical. “Tentamos chegar nessa campanha com as questões mais resolvidas possível, para termos uma negociação tranquila de renovação do nosso ACT. Mas o Banco não quis assim. Apresentou em plena campanha um plano que não é um plano de carreira, é de cargos, de meritocracia, respondendo mais a acionistas do que à sociedade gaúcha, e uma proposta de PDV inaceitável”.
Na Caixa, a representante da Fetrafi-RS na mesa de negociação, Raquel Weber, destacou que o Banco veio com contrapropostas de perda de direitos já rechaçadas na mesa. E que apresentou uma proposta de teletrabalho com um banco de horas que reflete também para o presencial e de parcelamento de pagamento de adiantamento de férias em até três vezes, sendo que o ACT garante em 10 vezes. Além disso, quer passar o vale refeição para pagamento diário, descontando o dia não trabalhado. Hoje, o ticket é pago por mês. “Recusamos todos esses retrocessos e não conseguimos avançar na negociação”, resumiu Raquel.
No Banco do Brasil, segundo a representante da Fetrafi-RS na mesa, Priscila Aguirres, não houve proposta. “Na discussão das cláusulas sociais tiramos apenas compromissos para ver como tratar assuntos separadamente e por similaridade. Ao final das oito reuniões que estavam no calendário, de resultado não temos nada. O Banco só vai apresentar proposta depois que a Fenaban se pronunciar”, afirmou.
O único banco privado que iniciou os debates sobre o ACT específico foi o Santander. Luiz Cassemiro, representante dos trabalhadores do Rio Grande do Sul na negociação, disse que houve avanço em algumas pautas, como o aumento do período de amamentação de 9 para 12 meses. O movimento sindical ainda reivindica a assinatura de um acordo de teletrabalho, pois o Santander foi o único banco que não assinou um acordo durante e pós-pandemia e também busca avançar em outros pontos como isenção no pagamento de taxa de manutenção de conta para os(as) empregados(as) do Banco.
Além da apresentação do andamento da Campanha Nacional dos Bancários, a diretora da Fetrafi-RS Cristiana Garbinatto expôs a situação da Cassi, da qual é conselheira. Segundo ela, a Cassi está com déficit desde março e, dentro do Conselho Administrativo, se fala em fazer um plano para a crise.
Fonte: Fetrafi-RS