Nova presidenta da Caixa defende equilíbrio entre operação comercial e inclusão
Depois de receber o crachá funcional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pin do ministro Fernando Haddad (Fazenda), a nova presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, funcionária de carreira, disse que a intermediação financeira deve ser instrumento de desenvolvimento econômico e social. Segundo ela, é preciso buscar “equilíbrio entre as operações comerciais e as ações de inclusão”. A posse ocorreu no dia em que o banco completou 162 anos. Rita está na Caixa há 33.
Quando a cerimônia já estava encerrada, Lula saiu do protocolo para enfatizar o papel do banco público e do investimento social. “A gente precisa construir uma narrativa diferente neste país. Porque tudo que a gente faz é (chamado pela mídia de) gasto. Dinheiro pra pobre é gasto, Bolsa Família é gasto, dinheiro na saúde, na educação… A única coisa que não é tratada como gasto neste país é o dinheiro que a gente gasta com juro pro mercado financeiro. Tudo que a gente fizer pra melhorar a vida do nosso povo tem que ser tratado como investimento”, disse o presidente.
Resistência ao desmantelamento
Com vários ex-presidentes da Caixa na plateia, Rita afirmou que “o desafio de modernizar o banco, para ampliar sua atuação no sistema financeiro e na melhoria de vida da população, é auspicioso”. E citou o banco como “exemplo de resiliência”. Lembrou que a instituição sobreviveu aos governos liberais da década de 1990 e a tentativas de privatizar suas principais operações comerciais já no último governo. E mostrou sua capacidade durante a pandemia: “Oito entre 10 adultos passaram pelo banco para receber benefícios emergenciais”.
“Exemplo de resiliência, a Caixa resistiu novamente ao desmantelamento do patrimônio público e à avassaladora política de assédio e medo patrocinada pela gestão do último governo” afirmou Rita. Em meados do ano passado, o presidente do banco, Pedro Guimarães, foi demitido após denúncias de assédio sexual contra funcionárias. Quase no final, a presidente da Caixa falou em “humanização das relações de trabalho” e foi longamente aplaudida ao afirmar: “A gestão pelo medo na Caixa acabou”.
Ela também citou o economista Ladislau Dowbor, um estudioso crítico da “financeirização” da economia. Nesse sentido, os bancos não devem ser um fim, mas um meio de “facilitar atividades socialmente úteis”, proporcionando assim desenvolvimento social.
Estrutura por todo o país
Pelo relatório mais recente, relativo ao terceiro trimestre do ano passado, a Caixa possui 26.854 locais de atendimento (13.378 lotéricas, 9.188 correspondentes bancários e 4.288 agências). São 226,2 milhões de contas e 150,5 milhões de clientes. Tem aproximadamente 85 mil empregados.
Fonte: Rede Brasil Atual
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