Na calamidade, só o público salva

Por Roger Carré*

A primeira semana de setembro de 2023 ficará marcada, na história gaúcha, com a maior catástrofe natural que assolou o estado. Dezenas de pessoas perderam a vida, cidades foram varridas do mapa, muita dor, angústia, comoção e tristeza se espalharam pelo solo gaúcho.

Nesse contexto, surgem perguntas do tipo: como pode isso ter acontecido? Como poderia ter sido evitado? A culpa é de quem? Quem poderá nos socorrer?

Após a passagem do ciclone, algumas ações foram tomadas pelos governantes. Entre elas destaco a linha de crédito disponibilizada pelo governo do estado, através do BANRISUL, na ordem de R$ 1 bilhão de reais para reconstrução e apoio às comunidades afetadas por essa catástrofe.

Mais uma vez vemos um banco público desempenhando seu maior papel: investir e cuidar da sua comunidade. Isso mostra como é importante mantermos e fortalecermos os bancos públicos e em especial o banco dos gaúchos, o nosso Banrisul. A cada dia o banco público do Rio Grande do Sul se mostra essencial para a sociedade, para o povo e para o estado, mas, se puxarmos um histórico dos políticos que governaram e governam o estado, em especial o atual e reeleito governador, vamos ver que poucos realmente entendem a função social do banco público.

Na campanha eleitoral para o governo do estado, Eduardo Leite falava aos quatro ventos que era inevitável a privatização do BANRISUL,que deveria levar adiante essa privatização. Mas, com a derrota no primeiro turno da eleição, esse discurso mudou, porque viu que essa falácia liberal o levaria a derrota; ao fim da sua carreira política e, porventura, à derrocada das suas ambições nacionais.

Voltando à calamidade e ao caos que estamos vivendo nesse setembro, em solo gaúcho, imaginem se o estado não tivesse esse grande tesouro que é o BANRISUL. Como seria enfrentada essa catástrofe? De onde viriam as linhas de crédito? De onde viria um alento para as comunidades que foram destruídas?

As calamidades que vivemos mostram que só o que for público vai responder, de forma contundente, às verdadeiras necessidades da população. Quem socorre é o público. Quem pode cuidar é o público!
O Estado, através dos seus governantes, deve fortalecer cada vez mais os seus agentes de desenvolvimento, porque, quando acontecer uma outra calamidade – e provavelmente vai acontecer novamente – tenhamos para onde pedir socorro, de onde tenhamos auxílio.

Não caia na cilada liberal, naquela falácia, no engodo, na mentira do “privatiza que melhora”.
Um banco público, forte e consolidado é o melhor para o Estado e para o povo gaúcho.

*Diretor do Sindicato e funcionário do Banrisul