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BB precisa alinhar discurso e realidade
O mês de setembro ficou marcado pela estagnação das demandas da Comissão de Empresa nas mesas de negociação com o Banco do Brasil, o que gerou um clima de frustração. “Muitas de nossas demandas não tiveram retorno e algumas tiveram retorno insuficiente. Alterações foram apresentadas pelo Banco com imediata implantação, sem qualquer possibilidade de intervenção dos representantes dos funcionários. A justificativa do grande número de demandas, diversas, muitas coletivas e outras individuais, foram usadas para respaldar a diminuta lista de respostas trazidas”, enumera a representante do RS na Comissão, Priscila Aguirres.
A dirigente sindical aponta a diferença entre discurso e realidade como um dos pontos de atenção no BB. “A tensão crescente pela dualidade discurso X realidade é a nossa maior preocupação. Precisamos que a fala pela gestão humanizada, pelo respeito aos funcionários, que são os responsáveis pelos grandes resultados alçados pelo Banco do Brasil, cheguem urgentemente nas agências. Correções nas ações propostas para o atingimento e superação dos números precisam ser feitas com urgência”, pontua.
Segundo Priscila, nas visitas e escutas realizadas nas unidades do Banco, os colegas demonstram frustração quanto à expectativa de que alguma mudança aconteça para que as condições de trabalho sejam melhoradas e o ambiente seja menos tóxico. Além disso, afirma a também diretora da Fetrafi-RS, mesmo nas unidades que superam os números propostos, que têm um bom clima entre os funcionários, os sintomas de adoecimento mental são visíveis.
“Nos relatam dificuldade no sono, de se desligar dos assuntos do trabalho, prolongando a tensão e causando sofrimento. Nas unidades em que não se atingiu a meta proposta, reina o desespero e o tic tac do relógio para realizar a venda necessária, a competição entre os integrantes das equipes dificulta a possibilidade de um apoio e pesam o clima da unidade, contribuindo para o agravamento do adoecimento”, fala.
Todas essas vivências, coletadas nas conversas com os colegas pelos representantes dos trabalhadores, foram levadas para a mesa com o Banco e foi cobrada a implementação de um ambiente com tolerância zero ao assédio não só no discurso, mas na prática.
Priscila finaliza explicando que as entregas do Banco têm se limitado às questões pontuais e muitas das soluções apresentadas para as demandas macro, como o Plataforma Conexão, vão na contramão do que é levado para a mesa. Mas o movimento sindical segue denunciando aos órgãos externos os casos que não foram tratados e mostrando para a categoria bancária a necessidade do engajamento nas redes sociais, eventos e ações para que haja uma representação forte e unida dos trabalhadores do Banco do Brasil.
“Neste mês de aniversário do BB (12 de outubro), comemoramos nossos resultados, mas não deixamos de vincular e conscientizar a direção do Banco e do corpo de funcionários às questões relativas ao adoecimento mental e o impacto que esses resultados espetaculares têm causado na saúde dos trabalhadores e suas famílias”, destaca a dirigente. “Queremos um Banco do Brasil forte, com suas ações e resultados voltados ao desenvolvimento do país, perene, mas que essa perenidade também seja estendida às equipes, que tenham seus integrantes respeitados, cuidados, para que tenham condições de manter um trabalho sustentável, renovável e saudável”, defende.
Fonte: Imprensa SindBancários