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Bancários de Pelotas e Região se manifestam em defesa do Saúde Caixa
Em data histórica, Sindicato mobiliza empregados da Caixa para defenderem seus direitos
30 de outubro é uma data histórica para os empregados da Caixa Econômica Federal. Foi neste dia, no ano de 1985, que os trabalhadores do Banco conquistaram o direito à sindicalização e à jornada de seis horas, após paralisarem as suas atividades em todo o país. Relembrando este marco histórico, o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa, que ocorreu nesta última segunda-feira (30), mobilizou um grande número de bancários em todo país.
Para mostrar a sua indignação com a ausência de uma negociação por parte do Banco, quanto à renovação do Acordo Coletivo de Trabalho referente ao Saúde Caixa, os funcionários da empresa, em Pelotas e Região, vestiram branco, denunciando o descaso com que tem sido tratada esta importante demanda dos trabalhadores bancários.
“Ao relembrarmos uma luta histórica, como a de 1985, conseguimos demonstrar para os colegas da Caixa a importância de nos mobilizarmos em defesa dos nossos direitos, porque nenhuma conquista vem de graça”, salientou o diretor Lucas da Cunha. O dirigente sindical lembrou, ainda, que o Saúde Caixa precisa assegurar melhorias para os bancários, já que é um direito garantido através do ACT, tendo vigência garantida apenas até o final deste ano.
Ao conversar com colegas das agências da Caixa de Pelotas e Região, Lucas ressaltou a importância dos bancários derrubarem o teto estatutário de 6,5% da folha de pagamento. “Tivemos conversas bastante produtivas em todas as agências que visitamos, porque o Sindicato pode ouvir os bancários, que trouxeram as suas visões sobre o que entendem ser necessário que seja priorizado nestas negociações”, revelando o que os colegas estão dispostos “, disse.
A principal cobrança dos bancários de Pelotas e Região diz respeito aos dados sobre o Saúde Caixa, em especial as informações sobre o déficit que a Caixa afirma ter em relação ao plano de saúde, que, hoje, estaria em torno de R$ 350 milhões de reais. “Esse seria o montante a ser pago e a Caixa quer que os seus empregados arquem com todo esse valor”, explica Lucas.
Durante o diálogo do Sindicato com os bancários, foi unânime a idea de que só pode ser realizada uma negociação com a Caixa na medida que o Banco for transparente com estas negociações, demonstrando exatamente de onde vem este déficit e o que o estaria provocando. Além disso, os empregados da Caixa entendem que o pagamento deste défict é uma obrigação da empresa, já que é ela que deve fornecer o plano de saúde. “A gente entende que quem deveria arcar com esse déficit, integralmente, é a Caixa”, afirma o dirigente sindical.
Para explicar melhor a situação, o diretor do sindicato lembra que, ainda no ano de 2017, após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a Caixa alterou o seu Estatuto sem abrir negociação com os sindicatos e impôs este teto de custeio, limitando os investimentos com a saúde dos seus funcionários em até 6,5% da folha de pagamento. No atual cenário, a Caixa acabou definindo que arcaria com 70% dos custos do plano de saúde, mas, devido ao teto de 6,5%, com a limitação dos gastos, fica inviabilizado que se cumpra o modelo de custeio, que é definito pelo ACT no percentual de 70% de responsabilidade do banco e 30% dos empregados.
A situação piorou no Governo Bolsonaro, já que o então presidente Pedro Guimarães manteve esta condição nas alterações realizadas nos anos de 2020 e 2021, limitando e diminuindo a participação relativa do Banco para o custeio do plano, a partir de uma resolução federal. “A gente está cobrando que a Caixa retire este teto de 6,5% do Estatuto, porque a gente já conseguiu a revogação da resolução do governo federal”, reforça o diretor do Sindicato.
O diretor do Sindicato reforça que a luta em defesa do Saúde Caixa é uma das prioridades para este témino de ano e que a categoria continuará mobilizada até conseguir reverter o quadro imposto pelos governos anteriores.
Texto e arte: Eduardo Menezes / SEEB Pelotas e Região
Confira as imagens da mobilização (divulgação):