Pelotas segue sua Marcha contra o racismo e na busca por direitos

Tradicional Marcha reforça a importância do poder público dar atenção às demandas da população negra de Pelotas

Em sua 20º Edição, a Marcha Mestra Griô Sirley Amaro: Pela Nossa História e Ancestralidade cumpriu, mais uma vez, a sua vocação histórica. Com extensa programação cultural ao longo de todo o sábado, dia 18 de novembro, a negritude de Pelotas tomou as ruas da cidade e se manifestou em defesa dos seus direitos, denunciando o racismo que ainda assola o país.

Durante a caminhada, que partiu do Altar da Pátria, percorrendo as ruas centrais da cidade, até chegar à Praça Coronel Pedro Osório, os manifestantes alertaram sobre a importância de se discutir o racismo, no município, exigindo políticas públicas inclusivas e reforçando o papel de Pelotas em tomar a dianteira da luta antirracista, já que, proporcionalmente, é a cidade com maior percentual de população negra, no Rio Grande do Sul, e a segunda maior à nível nacional.

Participando do ato, o diretor do Sindicato, Roger Peres, avalia a importância do movimento sindical se somar à luta da população negra de Pelotas. “Temos um problema, no país, que se acentua em nossa cidade, relacionado aos impactos do racismo estrutural no nosso cotidiano. É nosso dever, enquanto entidade sindical, pautar a discriminação racial nesse país, que chega, também, às agências bancárias, tanto no que diz respeito à inserção no mercado de trabalho quanto no direcionamento que os bancos dão para os diferentes tipos de clientes”, diz.

Sirley Amaro

Deixando um imenso legado histórico e cultural para a negritude de Pelotas, Dona Sirley, como era conhecida em Pelotas, faleceu no ano de 2020, aos 84 anos. Sempre transmitindo alegria e esperança, a mestra griô evocava a ancestralidade da população negra ao buscar, na memória, os ensinamentos que deixou para seus filhos, netos e amigos.

Em homenagem póstuma, também no ano de 2020, Dona Sirley recebeu o título de doutora Honoris Causa da UFPel. Trabalhando desde pequena, Sirley Amaro também era conhecida, na cidade, pelas suas habilidades no ofício da costura e pelo envolvimento em projetos sociais e de ordem cultural.

Foto: ADUFPEL

Redação: Eduardo Menezes – SEEB Pelotas e Região

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