PPR Banrisul: Banco quebra silêncio e apresenta contraproposta
Movimento sindical de Pelotas reúne-se com representantes do MTE
Diálogo fortalece o movimento sindical e, especialmente, o encaminhamento de demandas da categoria bancária
Na última terça-feira, dia 23 de abril, representantes de diversos Sindicatos, vinculados a quatro das principais Centrais Sindicais do Brasil, estiveram reunidos, em Pelotas, com os auditores do trabalho Márcio Rui Cantos e João Ricardo Dias Teixeira, sendo que este último atua como gerente da Delegacia Regional do Trabalho no município.
A iniciativa partiu dos próprios representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Pelotas, que abriram espaço para ouvir as demandas dos trabalhadores que são ligados aos sindicatos filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Reestruturação do MTE
Durante o encontro, os auditores traçaram um panorama de como está, hoje, a estrutura do MTE, ressaltando que, embora ainda não tenham acontecido grandes mudanças até o momento, existe uma grande expectativa de que possa haver uma melhora no quadro atual por conta do concurso que está para ocorrer, prevendo o preenchimento de 900 vagas e criando uma nova perspectiva para o Rio Grande do Sul, em esécial para a zona sul do Estado.
Na avaliação do diretor Lucas da Cunha, que esteve representando o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região (SEEBPel), na reunião, foi um momento muito importante de troca com a representação do MTE, já que todos os sindicalistas puderam expor a situação referente à sua categoria, recebendo um convite dos auditores do trabalho para unir forças no sentido de melhor encaminhar as suas reivindicações junto ao Governo Federal, sobretudo, neste momento, em que a pasta está sofrendo uma reestruturação.
“É importante lembrar que esta pasta foi completamente desmantelada, no Governo Bolsonaro, tendo sido, inclusive, extinta, e incorporada ao Ministério da Economia. Nossa expectativa é que o órgão possa realmente avançar, porque as melhorias que buscamos ainda não chegaram. É preciso que o Ministério do Trabalho possa ter condições estruturais para cumprir com a sua finalidade, fiscalizando os locais de trabalho e atuando para erradicar qualquer tipo de problema que esteja sendo enfrentado pela classe trabalhadora”, ressalta o dirigente sindical.
Demandas da categoria bancária
Com relação às demandas da categoria bancária, o diretor Lucas pautou duas questões centrais com os representantes do MTE: a cobrança que o Sindicato tem feito junto à Caixa para solucionar os problemas relacionados ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o aumento dos casos de adoecimento mental dos bancários decorrentes da rotina nas agências.
Conforme explicou o dirigente sindical, mesmo após muitas tentativas em sensibilizar a Caixa para o quadro enfrentado pelos bancários de Pelotas e Região, que estão precisando se deslocar até Porto Alegre para realizar alguns procedimentos médicos, permanece o impasse quanto a essa questão. “Foi possível levar ao conhecimento dos auditores que, depois de muita cobrança, conseguimos, enfim, uma reunião de mediação, por intermédio do Ministério Público do Trabalho, com a Caixa, devido à denúncia realizada, recentemente, pelo Sindicato, solicitando a fiscalização das agências do Banco em Pelotas e Região”, explica Lucas ao reforçar que, ao realizar este relato, durante a reunião, foi solicitada, também, a atuação do MTE.
Ainda durante o encontro, o representante dos bancários questionou os auditores se teriam alguma atuação relacionada aos problemas de adoecimento mental no ambiente do trabalho. “Fomos informados que o Ministério do Trabalho e Emprego possui, inclusive, um grupo de Trabalho (GT) para tratar, especificamente, do adoecimento mental da categoria bancária”, revelou Lucas. Conforme ficou acordado, junto aos auditores presentes na reunião, o Sindicato será colocado em contato com um auditor que já está atuando no município justamente nesta área, o que irá contribuir para que sejam desenvolvidas formas de identificar e fiscalizar o que leva ao adoecimento mental da categoria, buscando possíveis novas soluções de auxílio, acolhimento e atendimento aos bancários que já estejam em sofrimento psíquico.
Redação: Eduardo Menezes – SEEBPel