Enchentes em Pelotas: Município atinge novo marco histórico após 83 anos

Aumento do nível da água, durante a noite e madrugada desta quinta-feira (16), preocupa população de Pelotas

Na noite desta quinta-feira, 15 de maio, o Canal São Gonçalo alcançou um marco histórico ao ultrapassar o nível da enchente registrada em 1941. Segundo o último boletim divulgado pela Prefeitura, o nível atual do Canal está em 3,00 metros e permanece estável desde as 5h da manhã do mesmo dia.

Há aproximadamente duas semanas, as chuvas começaram a afetar o Rio Grande do Sul. As cidades do Extremo-Sul, como São Lourenço do Sul, Rio Grande e Pelotas, estão constantemente em estado de alerta em relação ao escoamento das águas. Isso se dá devido ao fato da Lagoa dos Patos desempenhar um papel crucial no escoamento das águas dos rios gaúchos, terminando no oceano, com Pelotas e Rio Grande abrigando a desembocadura dessas águas. Além disso, o Canal São Gonçalo, que atravessa a cidade, também contribui para o cenário de preocupação da comunidade.

Por volta das 23h desta quarta-feira (15), o nível do Canal São Gonçalo começou a subir, atingindo a marca de 2,94 metros. As medições mais recentes não apenas confirmaram uma nova elevação, mas também indicaram que esses aumentos estão ocorrendo de forma gradual. Nas últimas três medições, realizadas às 5h, 6h e 7h30, o nível permaneceu estável em 3,00 metros. Esse patamar não era observado há 83 anos, desde a última grande enchente ocorrida em 1941.

Na terça-feira passada, 14 de maio, Gilberto Loguercio Collares, diretor da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim (ALM), participou do programa Contraponto da RádioCom, expressando confiança na segurança proporcionada pelo sistema de pôlderes – composto por diques, reservatórios, dutos e bombas. Ele afirmou que os riscos de rompimento ou transbordamento do dique na área central serão evitados devido a esse sistema, enfatizando que o Canal São Gonçalo não deve elevar-se a ponto de ameaçar o dique de contenção de maneira drástica. Collares ressaltou a solidez do sistema, apesar de ter sido elaborado em 1950.

Além disso, a Prefeitura de Pelotas divulgou, em 15 de maio, um novo mapa com as áreas de risco atualizadas, enfatizando a necessidade de os moradores das áreas de risco ou das proximidades buscarem abrigo em locais seguros. Para atender às necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade e risco devido às enchentes em Pelotas, a Prefeitura está coordenando uma rede de assistência social. A prefeita Paula Mascarenhas compartilhou durante uma live sua confiança de que os sistemas adotados impedirão os riscos de rompimento ou transbordamento do dique na área central. Estamos aguardando respostas atualizadas sobre a possibilidade de um mapa mais recente.

Redação: Luísa Brito

Foto: Clarissa henning 

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