Hidrosens permite acompanhamento, em tempo real, dos níveis da água em Pelotas
Sensores desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) têm permitido que os pelotenses se mantenham bem informados sobre a situação das cheias no município
As inundações mudaram a rotina da população pelotense. Hoje, diariamente, a busca por informações sobre os níveis da Lagoa dos Patos e do Canal São Gonçalo passaram a ser prioridade, em paralelo com as previsões de especialistas sobre as condições climáticas e os prognósticos para os dias seguintes.
O que muitas pessoas ainda não se deram por conta, no entanto, é que o trabalho do Grupo de Pesquisa HidroSens, vinculado ao curso de Engenharia Hídrica da UFPel, tem sido decisivo para auxiliar o poder público e permitir que a comunidade de Pelotas esteja saiba a real situação das inundações na região.
Ao conceder entrevista ao Programa Contraponto, da RádioCom 104.5FM, o coordenador do Hidrosens, Leonardo Contreira Pereira, explicou como são desenvolvidos os sensores para a medição dos níveis das águas que chegam a Pelotas por conta do escoamento do lago Guaíba. “Esses sensores têm uma certa margem de erro, mas são bastante úteis para momentos como o que estamos vivendo. São instrumentos de baixo custo e de rápida construção, que têm nos permitido uma transmissão de informações em tempo real”, pontuou Leonardo.
Diferença nos cálculos
O docente da UFPel também fez questão de explicar que existe uma diferença nos cálculos para o entendimento de como tem se dado o comportamento dos níveis da água na cidade, já que a Prefeitura realiza a medição na régua do Porto, com observação direta no local, e o Laboratório por ele coordenado utiliza a régua instalada no Campus Anglo.
As duas réguas, segundo Pereira, apresentam uma certa diferença, uma vez que cada instituição que instala estas ferramentas se utiliza de uma referência de nível geodésico. No caso do Hidrosens, a régua que está sendo utilizada é referenciada pelo IBGE e apresenta uma numeração de aproximadamente 9 cm abaixo da régua utilizada pela Prefeitura.
“Caso a gente coloque apenas esta numeração para consulta pública, pode dar a entender que o nível das águas estaria 9 cm abaixo do que está sendo divulgado pela Prefeitura. Então eu tenho colocado apenas a variação de nível para que o pessoal observe se está aumentando ou diminuindo”, explica.
O pesquisador reforça, ainda, que esta diferença entre as medições nunca irá se alterar entre si, recomendando as pessoas a sempre se utilizarem deste critério caso queiram acompanhar os dados, em tempo real, nos links disponibilizados pelo próprio Laboratório. “A variação vai ser sempre a mesma. A gente pode seguir estas informações tanto pelo Hidrosens quanto pela Prefeitura, com a diferença de que o Executivo divulga os números e o Laboratório apresenta os gráficos de variação”, esclarece o docente da UFPel.
Confira os gráficos do Laboratório Hidrosens, em tempo real, considerando as variáveis explicadas pelo pesquisador, acessando os links abaixo:
Dados do São Gonçalo – CLIQUE AQUI!
Dados da Lagoa dos Patos: CLIQUE AQUI!
Dados do Arroio Pelotas: CLIQUE AQUI!
Redação: Eduardo Menezes
Foto: Hidrosens