Reivindicações dos funcionários do Banco do Brasil são definidas em Encontro Estadual
Na tarde de sábado, 1º de junho, a Fetrafi-RS realizou o Encontro Estadual do Banco do Brasil. A atividade aconteceu de forma online e reuniu cerca de 50 participantes. As propostas aprovadas pelos funcionários do banco serão encaminhadas ao 34º Congresso dos funcionários do BB, que acontecerá esta semana, nos dias 04, 05 e 06 de junho, em São Paulo.
Após a abertura do evento, a economista e técnica do Dieese, Millena Alves, apresentou as tendências da tecnologia no sistema financeiro. Ela destacou que, em abril de 2024, foram realizadas mais de 4,35 bilhões de transações e movimentado R$ 1,74 trilhão de reais. Desde abril de 2023, houve aumento de 72,5% na quantidade de transações e de 68,7% no valor transacional. A economista explicou que o setor bancários é líder em investimento privado em tecnologia no Brasil e no mundo. A Inteligência Artificial (IA) é arma na corrida dos bancos tradicionais pela fidelização do cliente. 96% dos bancos possuem tecnologias de IA e 91% dos bancos possuem alguma parceria com startups.
Millena afirmou que “as funções de crescimento mais rápido estão sendo impulsionadas pela tecnologia e pela digitalização. Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em média, 11% dos profissionais dos bancos são da área de Tecnologia da Informação (TI). Em 2012, a categoria representava 59% do total do ramo. Em 2021, a participação caiu para 41%.”
Sobre os impactos do emprego no setor financeiro, disse que, enquanto a categoria bancária perdeu mais de 70 mil postos de trabalho em 10 anos, outros segmentos tiveram forte expansão. A categoria bancária, no Rio Grande do Sul, sofreu uma redução de 23,3% dos vínculos de trabalho em 10 anos. Entre 2014 e 2023, houve uma queda de 22% do quadro de funcionários do Banco do Brasil, redução de 24.561 trabalhadores e trabalhadoras.
A secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, falou sobre as reivindicações que mais estão sendo discutidas em todo o país. “Precisamos combater as metas abusivas que estão levando a categoria bancária ao adoecimento; também temos que revogar o programa Performa, que foi implementado visando à privatização do banco no governo anterior. Hoje, não temos mais a perspectiva de privatização, bem pelo contrário. O BB, sendo um banco público, não deve ter como prioridade o lucro, mas sim o fortalecimento de políticas públicas. Nessa nova gestão, o movimento sindical está sendo ouvido e vamos buscar essas mudanças nas negociações da campanha salarial deste ano.”
Já a diretora da Fetrafi-RS e Conselheira Deliberativa da Caixa de assistência dos funcionários do Banco do Brasil (CASSI), Cristiana Garbinatto, abordou a situação financeira da Cassi. Ela expressou preocupação com as reservas financeiras da Cassi do plano associados e avaliou que é importante fazer este debate no início da negociação, até porque o Congresso Estadual dos funcionários do Banco do Brasil aprovou que a Cassi seja uma prioridade nessa negociação. Portanto, é preciso ter cuidado com a questão financeira, com os novos planos que estão em déficit, principalmente os planos CASSI Vida.
A dirigente ainda destacou alguns projetos muito bons que estão sendo feitos na CASSI como, por exemplo, “a ampliação da estratégia de saúde da família, que é um programa que tem um médico e uma equipe de família disponível para cada associado e cada associada através da telesaúde com cobertura em todo o país. Além disso, foi lançada recentemente uma política de saúde para a diversidade, para a comunidade LGBTQIA+, e também está em construção a política de saúde para pessoas com deficiência.”
Priscila Aguirres, diretora da Fetrafi-RS e membro da Comissão de Empregados do Banco do Brasil (CEBB), contou que muito trabalho está sendo feito porque essa nova gestão escuta o movimento sindical. “Durante o ano passado, realizamos debates para tratar da Plataforma de Suporte Operacional (PSO), da diversidade, das nossas questões de PREVI e CASSI. No entanto, nem tudo é resolutivo. Temos que ter clareza de que nossas reivindicações estão sendo levadas para as discussões em âmbito nacional, mas a definição é feita a partir de um entendimento do que é prioridade nacional.”
Os participantes puderam esclarecer suas dúvidas e aprofundar o debate durante a atividade. A partir de agora, o próximo passo será o 34º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, onde serão debatidas as propostas aprovadas neste Encontro Estadual do BB. Além da validação dos itens já constantes da minuta de reivindicações apresentadas ao Banco do Brasil, o Encontro Estadual dos Funcionários do BB no RS encaminha a inclusão dos demais itens:
– PLR Linear para todos os funcionários
– PSO – Criação da função de assistente, principalmente para a realização dos DJO, priorizando a ascensão interna
– Licença parentalidade de 12 meses. Em caso de ambos serem funcionários do Banco, obrigatoriamente farão jus ao mesmo período não necessariamente concomitante.
– A pauta da Cassi é uma prioridade definição pela Conferência Estadual dos Funcionários do Banco do Brasil do RS para a Campanha Nacional dos Bancários.
Cassi: Compartilhamento das CliniCassi com planos de autogestão
Cassi: Criação de GT com representantes dos fundos de pensão, Anapar e Unidas para investimentos em saúde (hospitais e clínicas parceiras) para proteção dos planos de autogestão contra o mercado
Cassi: Fim da terceirização na Telemedicina. É necessário ter quadros próprios e qualificados
– Fazer censo racial dos funcionários para melhor direcionamento das ações
– Seleção do funcionalismo deve ser retirada da área da ASG e devolvida a Dipes
– Criação de um PAS/Adiantamento salarial para mulheres vítimas de violência doméstica
– Responsabilidade com o meio ambiente:
O BB se comprometa a negociar somente empreendimentos ecologicamente sustentáveis e atuar e investir em prevenção, defesa e apoio ao meio ambiente com distribuição aos funcionários, clientes e fornecedores de materiais informativos e educativos sobre a defesa e cuidados com o meio ambiente, concebido de acordo com a realidade de cada região do entorno das unidades.
– Desastre Climático no RS:
Exigir e fiscalizar, junto do poder público, no Pronampe e demais recursos emergenciais de reconstrução do Rio Grande do Sul, que as empresas apresentem contrapartidas referentes à geração e manutenção de empregos permanentes e qualificados e formação de mão de obra nas regiões afetadas.
Clausular ações de apoio aos funcionários vítimas de calamidades:
– Concessão de abonos 478 para os atingidos
– Antecipação salarial SEM consulta a margem consignável
– Melhorias na Concessão do PAS – Calamidade
– Auxílio aluguel para atingidos quando necessário sair de casa
– Suspensão da cobrança das prestações de empréstimos e financiamentos, sem juros, por até 6 meses e carência do mesmo período para empréstimos novos
– Concessão de abono salarial de dois salários para os atingidos
– Concessão de vale alimentação e refeição extra
– Suspensão das metas nas áreas atingidas
– Postergação do prazo de todas os projetos referentes ao funcionalismo (certificações, programas de ascensão, etc) para que os funcionários atingidos não sejam prejudicados
– Flexibilização do trabalho remoto;
– Adição de funcionários de outras localidades do país como reforço nas dependências do atingidas;
– Substituição de todas as funções gerenciais, em localidades atingidas, para compor um comitê, com objetivo de estruturar e atender melhor as demandas;
Fonte: Fetrafi-RS