Bancários do BB no Rio Grande do Sul foram abandonados pelo Banco

Por Priscila Aguirres, diretora da Fetrafi-RS

Iniciamos o mês de julho com reunião específica para tratar das necessidades dos funcionários atingidos pela enchente no Rio Grande do Sul. Pedimos que fosse mantida a flexibilização das metas, como aconteceu nos meses de maio e junho, quando foi feita a distribuição de 1000 pontos no Conexão, para que os funcionários não fossem ainda mais penalizados pelos desdobramentos da tragédia que o estado ainda vive. O retorno foi de que SIM, seria feita uma flexibilização, pois é clara a situação dos negócios e que não há como trabalhar normalmente, quando sequer houve o retorno dos trabalhadores aos locais de trabalho, tamanho foi o estrago nas agências e na vida de funcionários e clientes. Os auxílios demandados foram negados sob a justificativa que a CGPAR-52 impossibilita a concessão de novos benefícios (como o abono do PAS, cesta alimentação extra e auxílio específico para os atingidos).

O que foi oferecido pelo Banco foi uma plataforma de recebimento de doações entre os funcionários. Nela, o valor arrecadado será dobrado pelas coligadas. Mas se as coligadas não têm o impedimento da CGPAR, porque não fazer uma ação direta para os funcionários? As coligadas representam a maior pressão de cobrança de metas, pela venda de seguros, previdência, consórcios e capitalização. A força de trabalho está direcionada para elas, mas quando precisamos, temos que contar com o colega que já colaborou até aqui, para que venha alguma ajuda.

Eu resumo, a flexibilização das metas não aconteceu em julho e a crueldade de cobrar como se estivéssemos em situação de normalidade é a nossa realidade no Rio Grande do Sul.

Registro que não se trata das lideranças no Rio Grande do Sul, mas sim as diretorias que definem os nossos números, da gestão que define as estratégias. A sensação é de abandono. O que parece, é que para o Banco do Brasil, toda a tragédia que vivenciamos e ainda estamos vivendo ficou para trás. E na reconstrução que precisa ser feita, o BB esquece que seus funcionários não são apenas agentes e que  seus clientes não são meros consumidores. Todos e todas do RS foram afetados de alguma forma e por isso é necessário que o trabalho seja adaptado a essa nova realidade. 

Fazer com que tenhamos de correr atrás de números como se estivéssemos em um cenário “normal” é cruel, mas dizer que faria a flexibilização e não fazer é ainda pior, pois gerou um sentimento de acolhimento que se transformou em abandono, frustração e revolta.

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