Dia do Bancário: história de lutas e conquistas
Os bancários desempenham um papel fundamental para a classe trabalhadora. A categoria é referência mundial em organização e combatividade. Como resultado dessa força coletiva, os bancários brasileiros desfrutam de uma convenção coletiva de trabalho com validade em todo o território nacional, considerada modelo em todo o mundo. Esta conquista é fruto de décadas de luta sindical.
A data de 28 de agosto foi escolhida em homenagem à greve de 1951, quando os bancários paralisaram suas atividades por 69 dias. Naquela época, a Lei de Greve, apesar do nome, não garantiu o direito de greve e impôs severas restrições e mecanismos de controle pelo governo. No entanto, os bancários heroicamente conquistaram um reajuste salarial de 30%, superior aos 20% oferecidos pelos bancos.
Essa mobilização histórica não só garantiu melhorias salariais, como também fomentou a criação de sindicatos de bancários em várias regiões do país. Outro legado significativo foi a contestação dos dados oficiais de inflação do governo da época, o que levou à criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese nasceu com a missão de fornecer aos trabalhadores dados estatísticos confiáveis e independentes dos órgãos governamentais, fortalecendo a luta por direitos justos.
O dia 28 de agosto também marca a fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1983, ainda sob o regime militar. Esta data é, portanto, especial não apenas para os bancários, mas para toda a classe trabalhadora brasileira.