Pauta contra jornada 6×1 pressiona Congresso e PEC chega a 134 assinaturas

Para começar a tramitar na Câmara dos Deputados, uma PEC precisa de 171 adesões

Desde domingo (10), as redes sociais no Brasil têm uma pauta prioritária, que parece estar longe de perder o fôlego: a discussão da redução da jornada máxima de trabalho permitida no país. O assunto se sustenta entre os trending topics do X/Twitter no Brasil pelas últimas 36 horas.

A movimentação massiva em torno da pauta pressionou a Câmara dos Deputados. Desde sua criação até a última sexta-feira (8), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pauta a redução da jornada tinha recolhido 71 assinaturas. Até a noite desta segunda, o número já tinha chegado a 134. Para começar a tramitar, uma PEC precisa de 171 adesões.

A movimentação é fruto do trabalho de Rick Azevedo (PSOL), vereador eleito do Rio de Janeiro (RJ) e criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que defende o fim da jornada de trabalho 6×1, e da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe uma jornada máxima de trabalho de 36 horas semanais, ante as 44 horas atuais.

Azevedo informou, em suas redes sociais, que atos contra a escala 6×1 estão sendo organizados em todo o país para o dia 15 de novembro, dia da Proclamação da República. Locais e horários ainda estão sendo discutidos.

“Iremos às ruas. Desde que o movimento VAT surgiu, estamos nas ruas. Sempre fizemos panfletagens, sempre fomos às ruas aumentar a nossa base. Eu peço que vocês se organizem, porque a gente precisa mostrar a nossa força nas ruas”, disse Azevedo, em vídeo divulgado nas redes sociais. “Tem um monte de deputado que não quer assinar [a PEC], e não vai assinar provavelmente, porque defende a nossa exploração. Mas tenho boas notícias: muitos deputados assinaram.”

É possível mudar jornada de trabalho, diz Erika

Em entrevista ao canal de TV por assinatura GloboNews, Erika Hilton destacou que a PEC é uma provocação ao Legislativo com o objetivo de jogar luz para a situação precarizada do trabalhador brasileiro. “O trabalhador hoje, no nosso país, está cada vez mais sucateado, com menos direito e com menos espaço de viver para além do trabalho. Recebemos essa provocação [do VAT] e entendemos que ela era legítima, ela era necessária”, pontuou.

“Esse é um projeto sobre dignidade da classe trabalhadora. Esse é um projeto sobre revisão de uma escala exploratória de trabalho. Obviamente, dentro da política, conciliações, negociações, mudanças são necessárias para que nós possamos avançar. Esse momento chegará assim que nós tivermos um relator indicado e possamos colocar esse debate na lista de negociações da Câmara dos deputados.”

Hilton também defendeu a viabilidade da proposta, tendo como base mudanças na carga horária levadas a cabo por outros países. “Nós precisaremos nos aprofundar mais, mas sem sombra de dúvida nenhuma é possível de ser implementada, sim, no Brasil, sem afrontar a economia. Outros lugares fizeram, nós também podemos fazer.”

“É importante lembrar que todo o acúmulo de riqueza é produto da exploração de alguém. Talvez olhar para essa exploração, para essa riqueza vá fazer com que a gente entenda como a gente vai aplicando essas possibilidades [de mudança]”, pontuou a deputada.

Fonte: Brasil de Fato

Image: Arquivo Pessoal

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