RádioCom: surgimento de algas pode impactar pesca e saúde de banhistas
O aparecimento de algas nas lagoas dos Patos e Mirim tem gerado preocupação entre pescadores e banhistas da região. A presença desses organismos pode impactar a pesca artesanal e causar riscos à saúde, conforme apontado por especialistas da Agência da Lagoa Mirim durante entrevista ao programa Edição da Manhã nesta quinta-feira (30). Participaram da conversa a diretora da Agência, Débora Simões, e as técnicas Érika Matte, Marília Corrêa e Francine Viana.
Causas do aumento das algas
Segundo as especialistas, a proliferação de algas é um fenômeno natural, mas que pode ser intensificado por fatores ambientais e pela ação humana. A redução das chuvas, o aumento da temperatura e a falta de movimentação da água favorecem o crescimento dessas populações. Além disso, despejos de efluentes e nutrientes provenientes da atividade agrícola também podem estimular esse crescimento de forma descontrolada.
A região de Tapes foi uma das primeiras a registrar o surgimento de manchas verdes na água, indicando alta concentração de algas. Posteriormente, o mesmo efeito foi observado em São Lourenço do Sul. Até o momento não há registros desse fenômeno em Pelotas, mas a situação é dinâmica e pode mudar conforme as condições ambientais.
Possíveis impactos para a população e o meio ambiente
A presença excessiva de algas pode representar riscos para a saúde humana, principalmente se houver contato direto com água contaminada por cianobactérias – um tipo de alga que pode liberar toxinas. Embora nem todas as florações sejam prejudiciais, a recomendação é evitar banhos em áreas onde há sinais visíveis de proliferação.
Além disso, a multiplicação descontrolada das algas pode afetar a pesca artesanal. A redução da luminosidade e da oxigenação da água são fatores que impactam diretamente a população de peixes, podendo levar à mortandade desses organismos e, consequentemente, prejudicar a atividade pesqueira na região.
Monitoramento e prevenção
A Agência da Lagoa Mirim realiza estudos e coletas de amostras para monitorar a qualidade da água e assim entender melhor os fatores que influenciam esse fenômeno. No entanto, o acompanhamento sistemático ainda enfrenta desafios, especialmente devido à falta de monitoramento contínuo em determinadas regiões.
Apesar de ser um processo natural, a prevenção passa pelo controle de despejos irregulares de efluentes e pela redução da entrada excessiva de nutrientes nos corpos hídricos. Especialistas destacam que, com a mudança das condições ambientais, o crescimento das algas tende a diminuir naturalmente.
Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
Foto: André Machado