Fim da escala 6×1: diretores do Sindicato participam de Audiência Pública

Recentemente, o mandato do vereador Jurandir Silva (PSol) protocolou um Projeto de Lei para proibir a jornada exaustiva de trabalho nas contratações municipais

Na noite da última quinta-feira, dia 3 de abril, os diretores Lucas da Cunha e Marlise Souza estiveram participando de uma audiência pública, na Câmara Municipal de Pelotas, que debateu o fim da escala 6×1. Proponente da reunião, o vereador Jurandir Silva ressaltou que o fim da escala é fundamental para assegurar a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores.

Fim da escala 6 x 1

“A gente sabe que existem muitas categorias de trabalhadores, no Brasil e no mundo, que são submetidas a esse regime de superexploração. São pessoas que têm apenas o domingo para organizar as suas vidas e, no caso das mulheres, ainda temos o agravante de que o trabalho doméstico recai sobre elas. Por isso existe um movimento, à nível internacional, que tem questionado este aspecto dos horários de trabalho”, explicou o parlamentar.

Jurandir citou casos, em diferentes países, onde tem ocorrido um avanço nesta discussão, com escalas mais dignas de trabalho, a partir da alteração na legislação vigente. É o caso da Inglaterra, onde as pessoas têm trabalhado menos e melhorado não só a qualidade de vida, mas o próprio rendimento das empresas. “Está se comprovando que, ao trabalharem menos, as pessoas trabalham melhor; isso porque os elementos de estresse são reduzidos, abrindo-se os espaços para o lazer e o convívio em família, o que faz, inclusive, que alguns empresários tenham passado a defender a redução da jornada, tendo em vista o aumento da produtividade”, ressaltou.

Durante a Audiência, foi debatia a situação dos funcionários públicos municipais, que trabalham 44h semanais. É o caso de concursados, como vigilantes e empregados da área da saúde. Além disso, a guarda municipal e os funcionários das terceirizadas também cumprem a escala 6×1, mas está em análise, na Câmara, uma proposta para que a Prefeitura não contrate mais terceirizados com essa carga horária e o Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp) está cobrando, também, a redução da jornada para os funcionários efetivos.

Categoria Bancária

Para o diretor Lucas da Cunha, que esteve compondo a mesa de debates, na audiência pública, é importante lembrar que a categoria bancária, historicamente, luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, mas ganhou um novo fôlego com movimentos de jovens trabalhadores que têm procurado conscientizar a sociedade para este tema. “O Movimento Vida Além do Trabalho tem dado um novo sentido à essa luta. Esse novo mote para a discussão nos alerta que precisamos viver e, para isso, a diminuição da escala é imprescindível”, disse.

Marlise Souza, diretora do Sindicato que também esteve presente na Audiência, chamou a atenção para a importância de levar em conta algumas questões relativas à carga horária dos bancários. “Para os funcionários dos bancos públicos, a jornada é de 6 horas, com 30 horas semanais para os não comissionados. Já os empregados dos bancos privados, cumprem 40 horas semanais, mas ainda existe a classe de funcionários terceirizados, que não se sabe nem mesmo quem fiscaliza o cumprimento da jornada de acordo com o que é estabelecido por lei”, ressaltou.

Marlise também reforçou a situação dos terceirizados da segurança e da limpeza, que têm salários baixos, carga horária de 44 horas semanais e são ligados a empresas que muitas vezes decretam falência e deixam de pagar as verbas rescisórias. “Várias serventes estão com férias acumuladas por mais de dois anos porque troca a empresa antes que elas usufruam das férias. Seguem trabalhando na empresa que assume, mas as férias não são gozadas. É uma precarização total e os bancos não enxergam e não fazem nenhum movimento junto às empresas terceirizadas para melhorar as condições dos trabalhadores que estão dia a dia conosco” desabafa a dirigente sindical.

Redação: Eduardo Menezes / SEEBPel