Manuela D’Ávila se diz revoltada com o desrespeito que sofreu no Roda Viva
‘É revoltante o que houve. Mas é assim todo dia com as mulheres’, diz Manuela D’Ávila sobre entrevista na TV
Durante a terça-feira, as redes sociais repercutiram as interrupções, a dificuldade que ela enfrentou em poder completar uma resposta e a desconsideração pela própria candidatura, tratada como um projeto que pode ser abandonado a qualquer momento.
O PT, que tem como pré-candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou uma nota em apoio a Manuela, em que diz: “Mesmo com tudo isso, Manuela d’Ávila foi certeira. Conseguiu, a despeito das dezenas de interrupções e do péssimo jornalismo, apresentar suas ideias sobre o Brasil, defender o ex-presidente Lula da injusta perseguição e se apresentar aos espectadores. Foi gigante”.
A ex-presidenta Dilma Rousseff também manifestou apoio à Manuela. Em uma publicação em sua página oficial no Facebook, ela diz: “As grosserias contra Manuela no ‘Roda Viva’ são mais uma demonstração da parcialidade de uma imprensa que há muito abandonou qualquer resquício de isenção e imparcialidade, tornando-se uma facção política e partidária”.
Manuela conversou rapidamente com o Sul21 sobre como ela viu o que aconteceu no programa de TV:
Sul21: Como que tu avalia a tua participação no Roda Viva e as perguntas que foram feitas a ti?
Manuela D’Ávila: A minha participação retrata bem a realidade das mulheres no Brasil. O fato do Roda Viva, um programa de televisão com tanta abrangência, ter entrevistado daquele modo uma mulher pré-candidata à presidência fez com que muitas pessoas ficassem indignadas com o tratamento que recebi. Em um ambiente tão violentamente hostil, consegui apresentar propostas consistentes, além de ter lutado o bom combate o tempo todo.
Sul21: Tu percebeu essa hostilidade dos entrevistadores, te interrompendo a todo momento, te fazendo perguntas que não tinham nada a ver com o teu projeto, que vem sendo comentadas nas redes sociais?
Manuela: Por mais que a minha intenção fosse responder todos os questionamentos, não era possível. Como jornalista, sei que não adianta duas pessoas falarem ao mesmo tempo em uma programa de TV. É revoltante o que houve. Mas é assim todo dia com as mulheres, e não só na política: no trabalho, na universidade, em casa. Por isso não quero que pensem e tratem o que aconteceu como uma coisa excepcional. Até porque a palavra excepcional vem de exceção. E o que aconteceu é a regra e não a exceção! É assim que nós mulheres fazemos nossa luta e vivemos nossa vida todo dia.
Sul21: Qual tu acha que foi o objetivo dessa postura dos entrevistados?
Manuela: Foi evidente a estratégia de tentar impedir que eu falasse de projetos. Como as candidaturas conservadoras não têm soluções concretas para os verdadeiros problemas do país, criam falsas polêmicas para poluir o debate sobre o futuro do Brasil.
Confira o programa na íntegra: