Nota de repúdio: ao apagar das luzes, ministro de Temer volta a ameaçar Banrisul público

Representantes sindicais entrarão em contato com o governador eleito do RS para conversar sobre o compromisso de campanha de não vender o banco público dos gaúchos.

Como já virou costume, o jornal Zero Hora faz o papel de porta-voz dos interesses de quem quer vender o Banrisul. A jornalista Rosane de Oliveira repercute, na coluna Política +, página 8 da edição sábado/domingo, 17 e 18/11, mais uma ameaça de venda. A colunista mostra a pressão do governo Temer, na figura de seu mistro-chefe da casa Civil, Eliseu Padilha (MDB-RS). Diz o ministro que, sem a entrega do Banrisul, o acordo de recuperação fiscal, o da dívida pública, é praticamente impossível a partir de 1º de janeiro.

Diante dessa nova ameaça, o o movimento sindical informa que entrará em contato com o governador eleito do Estado, Eduardo Leite (PSDB-RS), para conversar sobre o compromisso de campanha de não vender o banco público dos gaúchos. Desde 2016, as entidades representativas dos Banrisulenses sugerem outras ações. Uma delas é a cobrança de créditos da Lei Kandir junto ao governo federal e que pode reduzir em até 10 vezes a dívida pública do Estado.

O Banrisul tem sido uma válvula de escape para o governo estadual quando oferece, com menor encargo financeiro aos servidores públicos, linhas de crédito para compensar o parcelamento de salários. Recentemente, no governo José Ivo Sartori (MDB-RS), o banco investiu cerca de R$ 1,2 bilhão na compra do direito de continuar com a gestão da folha de pagamento dos servidores estaduais e entregou, em dois leilões sob investigação, mais de R$ 500 milhões com a venda de ações. Todo esse patrimônio foi liquidado para apenas cobrir pouco mais de um mês de folha de pagamento.

Para os municípios, cerca de 300 deles venderam ao Banrisul a operacionalização das folhas de pagamentos de seus servidores. São cerca de R$ 90 milhões que entram como recursos livres para os municípios investirem em saúde, educação e saneamento. É bom lembrar que o balanço do exercício de 2017 registrou lucro recorde de R$ 1,053 bilhão.

Longe de ser a solução para resolver problemas complexos das contas públicas, a privatização ou federalização do Banrisul não resolverá a crise fiscal. Aliás, é o papel de parceiro do Estado que precisa ser fortalecido.

Vamos expressar junto ao governador eleito, Eduardo Leite, nossa preocupação em relação a pressões para a entrega do Banrisul. Há 90 anos o banco dos gaúchos ajuda o Estado a crescer e a se desenvolver sendo público. Não há motivos para mudar esse perfil.

Com informações da Fetrafi-RS

Posts Relacionados

Leave a Reply

Fale com o sindicato
Pular para o conteúdo