DCM: Fabrício Queiroz aparece, mas dúvidas persistem
Depois de mais de um mês de suspense, Fabrício Queiroz apareceu e rebateu as suspeitas de que o antigo chefe na Alerj e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro tenha qualquer envolvimento com suas movimentações bancárias, que somaram R$ 1,2 milhão. Mas suas explicações, um tanto confusas, estão longe de encerrar o caso.
Orientado por advogados, Queiroz evitou dar detalhes sobre sua ação como “um cara de negócios”, que faz dinheiro. Disse que só esclarecerá ao Ministério Público do Rio os motivos que levaram pelo menos sete colegas de gabinete a fazerem depósitos em sua conta bancária. Deixou no ar que poderiam ser fruto de operações de compra e venda de veículos, um dos negócios que admitiu gostar de fazer.
Reclamou bastante da saúde, que serviu de justificativa para seu não comparecimento às duas últimas convocações do MP para depor, resultado de uma bursite no ombro e de um câncer diagnosticado no intestino. Ambos os problemas, segundo ele, o levarão à mesa de cirurgia em breve. Mas não conseguiu lembrar do nome todo do especialista que o atendeu, nem do hospital no qual foi atendido. “Sou ruim de gravar nomes”, justificou.
A função de Nathalia no gabinete era “cuidar da mídia”, o que, segundo Queiroz, lhe dava flexibilidade de horários e não exigia presença no gabinete. Aliás, o ex-funcionário do filho do presidente revelou que não havia espaço no gabinete para todos os funcionários.
Para que a família Bolsonaro vire a página e afaste totalmente qualquer suspeita de que seria beneficiária de parte dos depósitos feitos nas contas de Queiroz, o ex-funcionário de Flávio Bolsonaro precisará ser mais preciso e convincente perante o Ministério Público do que foi ontem na entrevista ao SBT.
Diário do Centro do Mundo – Publicado originalmente no site Os Divergentes, por Adriana Vasconcelos