Estudantes prometem mobilização ainda maior para o 30M
A concentração para o 30M está marcada para as 15h, no largo do Mercado Público
Quase duas mil pessoas já confirmaram presença no grande ato em defesa da educação, marcado para o próximo dia 30 de maio, na cidade de Pelotas. O evento, criado no Facebook, conta, ainda, com outros 1.600 perfis que demonstraram interesse. A atividade, organizada por estudantes de todo o país, antecede a greve geral do dia 14 de junho, que promete denunciar não apenas os cortes na educação e a ameaça de cesura em sala de aula, mas, também, o ataque à Previdência Social, que atendem hoje, 86% dos idosos brasileiros.
Durante o 15M, estudantes, trabalhadores e aposentados estiveram juntos, nas ruas, denunciando os ataques à educação pública e aos direitos trabalhistas e previdenciários. Trabalhar até morre. Morrer sem se aposentar. E viver na ignorância. Esse tem sido o mote do governo Bolsonaro, que está mais preocupado em armar a população do que disponibilizar recursos para educá-la.
Os estudantes estão conscientes que as ofensas proferidas a eles – chamados de “idiotas úteis” – se estende a todos que não compactuam com os cortes, nas instituições federais de ensino, responsáveis, hoje, por produzir 90% das pesquisas no Brasil. O desconhecimento do governo sobre esse dado e sobre a importância das instituições federais de ensino para áreas como prestação de serviços de saúde é preocupante. Somente em Pelotas, de acordo com a própria prefeita Paula Mascarenhas, o corte previsto para a UFPel acarretaria no fechamento das três unidades básicas de saúde, comprometendo os 180 leitos SUS e prejudicando o tratamento de pacientes com câncer e HIV.
A defesa das instituições federais de ensino é a defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito, da soberania nacional, de uma aposentadoria digna e de condições dignas de trabalho para todos. Os estudantes, de todo o país, tomaram à frente dessa luta. Todos que forem favoráveis a essas causas são bem-vindos nessa mobilização. É importante que esse seja um espaço democrático. A tentativa de “demonização” da esquerda, em nosso país, é a principal responsável por este cenário devastador que estamos enfrentando.
A manifestação do dia 15 de maio reuniu pessoas de diferentes espectros políticos, com respeito aos diferentes entendimentos em relação ao tamanho do Estado e sua intervenção, ou não, na economia. E é justamente assim que se espera que seja em uma democracia: diferentes posições políticas convivendo, de modo fraterno, nas ruas, em defesa de interesses em comum. O atual presidente ainda não abandonou seu discurso de campanha. Governa para um percentual mínimo da população, sendo o presidente com a pior avaliação entre presidentes de primeiro mandato. A desaprovação do seu governo cresce, vertiginosamente, e já atinge 31% – na última alta registrada de janeiro à maio. A aprovação caiu de 40% para 35% e a expectativa com o governo também caiu – oscilou de 6,7 para 5,7 pontos percentuais.
Imprensa Seeb Pelotas