Brasil é classificado como um dos 10 piores países para os trabalhadores
Relatório da Confederação Sindical Internacional, apresentado na conferência da OIT, analisou 145 países, em aspectos como legislação e prática sindical, e destacou que Brasil chega a ter registro de assassinato de sindicalistas
Pela primeira vez, o Brasil está na lista dos dez piores países do mundo para os trabalhadores, de acordo com o Índice Global de Direitos, relatório da Confederação Sindical Internacional (CSI), divulgado na última quarta-feira, 19, durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT, que se encerra em 21 de junho, em Genebra, na Suíça.
O Índice Global de Direitos 2019 classificou 145 países de acordo com 97 indicadores reconhecidos internacionalmente. Esses indicadores apontam em quais países os trabalhadores e as trabalhadoras estão menos protegidos tanto no que diz respeito à legislação quanto à prática sindical.
Segundo o índice, Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Cazaquistão, Turquia e Zimbábue são os dez piores países do mundo para os trabalhadores.
Retrocesso a passos largos
Considerando o retrocesso desenfreado que o país vive nos últimos anos, a inclusão do Brasil entre os 10 piores do mundo não é uma surpresa. A sociedade já sente as consequências da reforma trabalhista que afetou os direitos dos trabalhadores e legitimou a insegurança no mercado de trabalho. O desemprego, por exemplo, já afeta 13,2 milhões de brasileiros e brasileiras.
Dados do Índice Global de Direitos
O desmonte sistemático dos direitos democráticos dos trabalhadores no local de trabalho e a violenta repressão à greve e manifestações estão colocando em perigo a paz e a estabilidade no mundo, aponta ainda o relatório do Índice Global de Direitos.
Os recursos de extrema violência contra todos aqueles que defendem os direitos trabalhistas têm resultado em prisões, assassinatos e restrição de direitos e de acesso à Justiça de milhares de trabalhadores e trabalhadoras. O Índice apontou também que 85% dos países ainda atacam o direito de greve e 80% não respeitam a negociação coletiva.
Segundo o relatório, as prisões e perseguições têm tomado grandes proporções na Índia, Turquia e no Vietnã. Entre os 145 países analisados, os trabalhadores foram vítimas de violência em 52 países. Em alguns deles, como o Brasil, foram registradas mortes de sindicalistas.
Com informações Sindicato dos Bancários de São Paulo