Sindicato se faz presente em atividade que discute o impacto social do processo de mineração

Representada pelos diretores Fábio Silveira e Leandro Ramos, a direção do Sindicato esteve participando de uma importante discussão sobre os perigos do avanço da mineração na Região Sul. A atividade, promovida pela Frente Brasil Popular, contou com a presença de Sabrina Lima, integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

A ativista ambiental alertou para a lógica perversa da atividade produtiva das mineradoras, em sua busca desenfreada pela acumulação de capital. “Desde 2018, a gente tem procurado trazer esse debate aqui para o Rio Grande do Sul”, alertou, ao questionar a falácia de que a implantação de projetos ligados a empresas de mineração seria uma saída para os problemas econômicos do estado.

Na avaliação do diretor do Sindicato Fábio Silveira, que esteve participando desse debate, na noite desta quarta-feira (04/07), na Casa do Trabalhador, é preciso ficar atento para os impactos sociais que são produzidos, à longo prazo, nas áreas exploradas pela mineração. “Muito se fala em geração de empregos e crescimento econômico para tentar justificar a implementação desses projetos, mas o que não se fala é sobre o impacto social deixado para a população das localidades onde estes empreendimentos se instalam”.

A preocupação do dirigente sindical é compartilhada por entidades que lutam pela correta destinação dos recursos naturais. Conforme lembrado pela representante do MAM, os bens minerais devem ser utilizados na forma de propriedade social, visando o benefício de toda a população brasileira. Considerada a nova fronteira mineral do Brasil, o Rio Grande do Sul já conta com a experiência de Eldorado do Sul, que enfrenta diversos problemas no que diz respeito ao processo de licenciamento do Mina Guaíba, da empresa Copelmi Mineração.

Para se ter uma ideia do impacto social deste projeto, existe uma clara ameaça à existência do assentamento Apolônio de Carvalho e do loteamento Guaíba City, condomínio onde residem 172 famílias. Mas isso ainda é pouco. A área, localizada na região metropolitana, teria um impacto direto na vida de mais de 4 milhões de pessoas. Conforme explica Sabrina, o roteiro segue sempre um discurso bastante convincente, prometendo desenvolvimento econômico para a região. De início, muitos operários se envolvem, de fato, na construção da estrutura, mas, depois de prontas, estes trabalhadores são demitidos, sendo contratados profissionais de outras regiões, cuja única preocupação – e obsessão – torna-se a exploração intensa do minério, colocando o lucro acima da vida dos habitantes destas regiões.

Brumadinho e Mariana

Localizadas na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, Mariana e Brumadinho compreendem uma grande área com concentração de ferro. São quase 200 milhões de toneladas de ferro sendo retirados, por ano, do complexo ferrífero, gerando luro para a VALE S.A. Mas o lucro da empresa, como tem sido possível acompanhar pelos noticiários, não tem sido revertido em benefícios para estes territórios. Muito pelo contrário. Não há segurança para os trabalhadores e moradores do entorno das minas. Conforme explica Sabrina, o valor que fica para os municípios, de contrapartida, não cobre – e muito menos compensa – os danos causados pela mineração. “Sempre que uma barragem se rompe revela-se a expressão monstruosa do ataque à dignidade humana, renegado pelas empresas privadas de minério, acabando com vidas, contaminando o solo e destruindo o meio ambiente”, critica.

Imprensa Seeb Pelotas

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