Para especialistas, desinformação deve ser combatida com conhecimento da sociedade atual
Comunicação em tempos de resistência foi o tema do seminário que a Fetrafi-RS e a Verdeperto Comunicação promoveram na última sexta-feira (16) para jornalistas e dirigentes sindicais. O evento contou com cerca de 50 pessoas e ocorreu na sede da Federação, em Porto Alegre. Representando o Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, estiveram presentes o dirigente sindical Rafael da Silva e o jornalista Eduardo Menezes.
O diretor de Comunicação da Fetrafi, Juberlei Bacelo, abriu o seminário pela manhã e enfatizou que as redes sociais estão sendo usadas para atacar as democracias e que é preciso compreender o papel do movimento sindical dentro do contexto político-social. “Precisamos fazer a disputa de ideias, para que a gente possa ganhar a consciência dos trabalhadores para a necessidade de fortalecer os sindicatos”, destacou.
Informação e Desinformação
No painel “Informação e Desinformação”, a jornalista e pesquisadora Marília Gehrke ressaltou os desafios para combater a “desinformação”, e não “fake news”, como são chamadas as mentiras que circulam na internet. “Falar em ‘fake news’ é associar o jornalismo à mentira e isso é um tiro no pé. Então, a gente deve chamar de desinformação, que é um fenômeno maior”, afirmou.
Segundo ela, as principais fontes de informação da população, hoje, são o Facebook, o WhatsApp e o YouTube, meios onde também há muita desinformação. “O problema é que essas redes sociais têm um efeito bolha, a gente só se comunica com quem está na mesma bolha. A gente recebe só informações de um lado”, destacou.
O jornalista Marco Weissheimer, do Portal Sul21, falou da importância de ouvir os diversos grupos representados na sociedade e de fortalecer a mídia alternativa. “Temos a percepção de um Brasil que já não existe mais. O país é outro e temos um desconhecimento com relação a ele. Pensar novas formas de comunicação exige que conheçamos esta nova realidade”, concluiu.
Weissheimer apresentou, também, uma pesquisa que identificou os grupos de eleitores do presidente Jair Bolsonaro, e quais os argumentos usados para ganhar esses votos durante a eleição. Para ele, é preciso entender as suas demandas e pensar mais na distribuição, circulação, recepção e percepção do conteúdo produzido pela esquerda brasileira.
Comunicação unificada
Na parte da tarde, a jornalista Aline Adolphs, da assessoria de comunicação da Fetrafi-RS, apresentou dados de uma pesquisa realizada com os sindicatos de bancários do Estado sobre como é feita a comunicação dos filiados. Entre outras conclusões, descobriu-se que menos da metade dos que responderam à pesquisa (29 sindicatos) têm site, e poucos têm redes sociais.
O desenvolvedor Web Marcelo Almeida apresentou exemplos de sites responsivos e falou sobre a importância de criar layouts que se comportem bem em todos os dispositivos (computador, notebook, tablets e celulares). “Muitas pessoas abrem links para os portais a partir das redes sociais e pelo celular. Por isso, é importante que os sites estejam preparados para receber esse tráfego”, defendeu.
Encaminhamentos
Os participantes do seminário fizeram sugestões para melhorias na comunicação da categoria. Entre elas, a criação de um portal dos bancários que dê destaque às notícias nacionais, estaduais e do interior. Outra ideia foi a criação de um cronograma de oficinas de formação na área.
A diretora da Verdeperto, Zaira Machado, destacou que o momento é de somar forças e não de dividir. As assessorias de comunicação dos sindicatos serão fundamentais, segundo ela, na construção de alternativas para a comunicação das entidades com toda a sociedade.
Com informações Fetrafi RS