43% dos brasileiros desaprovam governo Bolsonaro, diz Datafolha
Desaprovação recorde foi constatada depois da exibição do vídeo da reunião ministerial de abril
A rejeição ao governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) bateu mais um recorde. O percentual de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo subiu para 43% na última pesquisa Datafolha, realizada na segunda-feira (25) e na terça-feira (26), depois da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, liberado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). O recorde anterior, no levantamento feito em 27 de abril, foi de 38%.
Entre os 55% que disseram ter assistido ao vídeo, 53% reprovam o governo. E subiu de 28% para 37% os que acham que Bolsonaro nunca se comporta de forma adequada no cargo, enquanto os que acreditam que ele se comporta mal na maioria das vezes se mantiveram em patamar estável, oscilando dentro da margem de erro, de 25% para 23%.
O percentual dos que consideram a gestão de Bolsonaro ótima ou boa permaneceu estável em 33%, o mesmo da pesquisa anterior. O percentual dos que consideram o governo regular caiu de 26% para 22%. E 2% não souberam responder.
De acordo com a série histórica do Datafolha, Bolsonaro tem o pior índice de aprovação de presidentes desde 1989 a esta altura de um primeiro mandato. Fernando Collor tinha 41% de rejeição quase no mesmo período, com um ano e seis meses à frente da Presidência.
No recorte por renda, a avaliação está dividida. Entre os que têm renda familiar de mais de 10 salários mínimos, 49% acham a gestão Bolsonaro ruim ou péssima, e 42% consideram ótima ou boa.
Já entre os mais instruídos, 56% dos que têm curso superior desaprovam Bolsonaro. No ensino fundamental, o percentual de reprovação é de 36%.
No Nordeste, 48% dos entrevistados acham o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, seguido do Sudeste, com 45%.
Auxílio emergencial de R$ 600
Do total de pessoas entrevistadas, um percentual de 43% se cadastraram para receber o auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso Nacional para ser pago pelo governo durante a pandemia a trabalhadores informais, autonômos, microempreendedores individuais e desempregados. 16% disseram que não receberam nenhuma das três parcelas que devem ser pagas como determina lei e 26% disseram ter recebido uma parcela.
Dos que pediram o auxílio, 78% são desempregados, 68% assalariados sem carteira, 60% jovens de 16 a 24 anos. O Norte e o Centro-Oeste foram as regiões que mais requisitaram (54%), enquanto o Sudeste foi onde menos pedidos foram feitos (35%).
Metodologia
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Datafolha está fazendo entrevistas por telefone.
Nesta rodada, foram entrevistadas 2.069 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país.
A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Fonte: CUT