Bancos desligam mais de 10 mil funcionários e fecham quase 1.700 agências em 2020

Levantamento divulgado pelo portal R7, na última sexta-feira (19), demonstrou que os bancos Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil fecharam, juntos, 1.692 agências bancárias e postos de atendimento apenas no ano passado. A Caixa ainda não divulgou os números de 2020.

O levantamento foi realizado a partir dos balanços a investidores publicados pelas instituições financeiras no início de 2021. Outro dado divulgado também chama a atenção – mais de 10 mil trabalhadores perderam o emprego no período. Somente o Bradesco demitiu 7.754 funcionários em 2020. Fechou 1.083 agências e 3.206 caixas eletrônicos. A estimativa para 2021 é fechar outras 450 agências.

O Itaú Unibanco fechou 167 agências e postos de atendimento em 2020, mas registrou aumento de funcionários – de 2019 para 2020, o número subiu de 94,9 mil para 96, 5 mil trabalhadores. O Santander fechou 2020 com uma redução de 7,2% no número de agências e postos. Já o número de funcionários ficou em 44.599 após a redução do quadro em 3.220 postos.

Já o Banco do Brasil desligou 1.517 funcionários em 2020 e o número vai aumentar consideravelmente em 2021. No dia 11 de janeiro, a instituição anunciou uma reestruturação que deve desligar 5 mil funcionários, além do fechamento de 361 unidades, sendo 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento. A implementação das medidas deve ocorrer durante o primeiro semestre de 2021.

A Caixa Econômica Federal

Os números devem ser ainda maiores, já que a Caixa ainda não divulgou o balanço de 2020. Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, a Caixa desligou quase quatro mil empregados no ano passado. “O déficit de empregados do banco é assustador. São quase 20 mil trabalhadores a menos, desde 2014. Como principal operador das políticas públicas do país, o banco precisa de cada vez mais pessoal para atender melhor a população”, explica.

No ano passado, o banco público abriu o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para 7,2 mil empregados. Até a data limite para adesões, 2,3 mil pessoas aderiram ao Programa. Como o número ficou abaixo das expectativas da direção do banco, o PDV foi reaberto até 11 de dezembro, mas a Caixa não divulgou o número total de desligamentos.Recentemente, no dia 22 de janeiro, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que vai contratar 500 trabalhadores para o banco. Informou, também, a abertura de 75 novas agências. No entanto, para Takemoto, a quantidade de trabalhadores está muito abaixo do necessário. “500 trabalhadores já seriam insuficientes para suprir o déficit de empregados, imagine com a abertura de mais 75 agências?”, questiona. “É claro que as agências são muito bem vindas para a população, que precisa cada vez mais da Caixa, mas essas pessoas também precisam de atendimento de qualidade. A falta de pessoal provoca mais sobrecarga aos empregados e prejudica o atendimento à população. A Caixa precisa contratar mais e urgentemente”, avalia Takemoto.

Serviços digitais

A reportagem aponta que um dos fatores que motivaram as demissões e o fechamento das agências foi a substituição de serviços realizados pessoalmente pelo uso de serviços digitais.  A pandemia, que restringiu a circulação das pessoas, obrigou a utilização dos serviços pela internet ou pelo telefone.

Para Takemoto, este cenário não pode servir como justificativa para a Caixa, que precisa atender pessoalmente os cidadãos para o pagamento dos programas sociais. “Apesar do avanço tecnológico que os empregados deram ao banco com a criação do aplicativo Caixa TEM, que permitiu a bancarização de milhões de brasileiros, o atendimento pessoal é o diferencial da Caixa”, explicou o presidente da Fenae.

Fonte: Fenae

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