Banrisulenses recebem apoio de presidente de associação estadual de vereadores gaúchos na defesa do Banrisul público
O coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, deputado estadual Zé Nunes (PT), reuniu-se na terça-feira, 23/10, com o presidente da União dos Vereadores do RS (Uvergs), vereador Silomar Garcia, para discutir os efeitos da venda de até 49% das ações ordinárias e de todas as ações preferenciais que ainda pertencem ao Estado, anunciada pelo governador Ivo Sartori, e que praticamente tornam o Banrisul um banco nas mãos do capital privado.
O parlamentar solicitou a colaboração da entidade no resguardo ao caráter público do banco, que é fundamental para a economia dos pequenos municípios e a única instituição financeira presente em 96 cidades gaúchas. Além disso, frisou que o Banrisul é lucrativo e repassa dividendos ao governo estadual, que serão reduzidos drasticamente com a venda das ações.
Para exemplificar, mencionou a venda de ações durante o governo Yeda, que rendeu R$ 800 milhões ao Banrisul e R$ 1,29 bilhão ao Estado, em valores da época. Respectivamente cerca de R$ 1,44 bilhão e R$ 2,16 bilhões em valores atuais. No entanto, na última década, caso a sociedade gaúcha tivesse 26% do capital do Banco, teria recebido apenas R$ 956 milhões em juros e lucros, tendo perdido no período R$ 2,72 milhões caso mantivesse o controle integral do Banco.
O presidente da Uvergs manifestou-se contrário à privatização do banco e garantiu que levará este tema- da venda de ações- para o debate na entidade. Ele informou que o Tribunal de Contas do Estado faz apontamentos em administrações municipais que negociam a folha de pagamento com bancos privados e orienta as prefeituras a priorizarem instituições financeiras públicas.
Participaram da reunião assessores dos deputados Juliano Roso e Manuela D’Ávila, integrantes da frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, e dirigentes da Federação dos Bancários do RS e do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre. O diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Fábio Alves, denunciou o risco que representa a veda das ações e disse que o Governo Sartori está enrolando em sua narrativa de manter o controle acionário. “A lei diz que quem tem o controle do banco deve exercê-lo de fato e de direito. O governo do Estado , ainda mais depois de anunciar que abre espaço para dois conselheiros do mercado, na prática, vai ter muita dificuldade de manter a gestão estratégica do banco. Isso porque o Estado vai ficar com 25% das ações totais enquanto o restante 75% fica com pequenos, médios e grandes acionistas”, avaliou Fábio.
Fonte: Denise Ritter, assessoria de imprensa do Deputado Zé Nunes, com Imprensa SindBancários