Estudo aponta que a dor da mulher é negligenciada
Em ampla discussão na sociedade, a desigualdade de gênero perpassa não somente os campos do mercado de trabalho e o ambiente doméstico. Uma pauta que ganha força é sobre a questão da dor, já que foi constatado que a dor das mulheres é vista como mais leve em comparação à dos homens, ainda que ambos estejam expressando-a com a mesma intensidade.
Segundo estudo da Universidade de Miami e publicado no periódico Journal of Pain, a percepção é baseada nos estereótipos atribuídos a cada gênero, e pode levar a defasagens no tratamento.
O levantamento ainda argumenta que o estereótipo foi construído no senso comum, onde se acredita que, como as mulheres são mais expressivas, a tendência é desconsiderar os comportamentos de dor. Por outro lado, os homens são vistos como inabaláveis, e ao demonstrar qualquer sofrimento, é lido com uma expressão facial intensa, o que leva a pensar que a dor é insuportável.
Como resposta, os pesquisadores fazem a ressalva de que, aplicar estereótipos e percepções gerais para avaliar indivíduos, pode levar a análises equivocadas, ainda que as mulheres sejam, de fato, mais expressivas na dor. A razão pode estar na ideia de que a dor das mulheres é vista como menos nociceptiva, ou seja, não costuma ser originada por uma lesão nos ossos, músculos e ligamentos, e também por elas estarem mais abertas à psicoterapia.
Fonte: SBBA